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O presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), apresentou nesta terça-feira (5) um voto em separado na comissão defendendo pedidos de indiciamento do banqueiro Daniel Dantas, do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, do ex-diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, e do ex-diretor-adjunto da Abin José Milton Campana. Todos eles tinham ficado de fora dos pedidos de indiciamentos feitos pelo então relator, Nelson Pellegrino (PT-BA).

Para que os indiciamentos aconteçam, é preciso que o relatório final da comissão aprove os pedidos. A votação do relatório, porém, foi adiada nesta terça-feira (5). O documento pode ir a votação nesta quarta-feira (6).

Itagiba defende que Dantas seja indiciado por interceptação telefônica criminosa por que ele teria contratado a empresa de investigação Kroll com esta finalidade. "Há uma contradição no relatório quando não o indicia porque o próprio relator admite que há fortes indícios de interceptação quando da contratação da empresa Kroll", disse o presidente da CPI.

Ele defendeu também o indiciamento de Protógenes, Lacerda e Campana. Para Itagiba, os dois primeiros incorreram em falso testemunho na comissão. Os três são acusados ainda pelo presidente da CPI de terem feito "emprego irregular de verba pública" e "violação de sigilo funcional" durante a Operação Satiagraha da Polícia Federal, da qual a Abin participou informalmente.

"O não indiciamento poderá não ser compreendido pela sociedade e configuraria grave omissão da CPI", argumentou Itagiba.

Além do presidente da CPI, o deputado Laerte Bessa (PMDB-DF) apresentou um voto em separado. Ele pediu que fossem retiradas duas das quatro pessoas que tiveram o pedido de indiciamento feitos por Pellegrino. Para ele, não há motivos para indiciar a delegada Eneida Taguary, acusada de escuta clandestina, e o terceiro sargento da Aeronáutica Idalberto Martins de Araújo, por posse de material sigiloso. "Sobrou para o coitado do Idalberto. Eu não sei que crime ele cometeu", disse Bessa.

Na semana passada, um voto em separado assinado por deputados da oposição pediu mais indiciamentos do que o inicialmente planejado por Pellegrino. Os deputados de PSDB e PPS pedem a inclusão entre os pedidos de indiciamento de Dantas, Protógenes e Lacerda, além do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Jorge Félix. Neste relatório, à exceção do banqueiro, os indiciamentos são por improbidade administrativa.

Pellegrino não está mais na CPI para defender seu ponto de vista. Ele se licenciou da Câmara dos Deputados e tomou posse nessa segunda-feira (4) como secretário da Justiça do estado da Bahia. O relatório está agora a cargo da deputada Iriny Lopes (PT-ES). Ela terá de decidir se fará alterações no texto de Pellegrino por sugestão dos votos em separado dos colegas. Por este motivo, a votação do relatório foi adiada. A CPI tem como prazo final o dia 14 de maio.

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