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Apagão

Presidente da Infraero diz que situação vai continuar tranqüila

Ao G1, brigadeiro afirma que "origem do problema foi controlada". Até as 12h deste domingo, 5,4% dos vôos tiveram atraso de mais de uma hora

O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirma que a semana deve começar com movimento tranqüilo nos principais aeroportos do país, mesmo com o habitual aumento no número de passageiros e de vôos nos dias úteis. "A origem dos problemas (atrasos e cancelamentos) foi controlada. Então, acredito que a situação vai permanecer estável", disse ele ao G1, referindo-se ao afastamento de 14 controladores do centro de controle de tráfego áereo de Brasília, o Cindacta-1, considerados líderes dos protestos da categoria. A medida foi anunciada na sexta-feira (22) pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e faz parte de um plano de emergência para controlar a crise aérea.

Pereira admitiu, porém, que "a crise não foi completamente resolvida". "Temos que aprender a lição", disse.

Neste domingo (24), depois de cinco dias de confusão nos aeroportos, a situação é considerada tranqüila. Boletim da Infraero aponta que, dos 566 vôos programados entre a 0h e as 12h, 31 atrasaram mais de uma hora - o equivalente a 5,4% do total. Trinta e seis vôos foram cancelados (6,3%).

Os aeroportos de Belém (PA), Congonhas (na Zona Sul de São Paulo), Confins (MG), Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Recife (PE) não registraram atrasos nesta manhã.

A estatal informou ainda que, ao meio-dia, cinco vôos estavam fora do horário previsto. São decolagens dos terminais de Brasília, Curitiba (PR), Galeão (no Rio), Guarulhos (SP) e Porto Alegre (RS).

Crise aérea

A crise aérea do país já dura nove meses. O novo capítulo começou na tarde de terça-feira (19), com uma suposta operação-padrão dos controladores de vôo do centro de controle de tráfego aéreo de Brasília, o Cindacta-1. Eles teriam feito um protesto contra a decisão da Aeronáutica de prorrogar as investigações do motim realizado em 30 de março, quando todas as decolagens do país foram suspensas.

O clima de tensão entre controladores e Aeronáutica piorou depois que foi anunciada a prisão administrativa do presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), Carlos Henrique Trifilio Moreira da Silva, na noite de quarta-feira (20). Ele foi punido pela Aeronáutica por declarações dadas a uma revista. Na sexta-feira (22), foi decretada a detenção de Moisés Gomes de Almeida, vice-presidente da Febracta, por uma entrevista concedida à Rádio CBN.

Durante a semana, foram anunciadas também panes no sistema do Cindacta-1. Muitos vôos atrasaram em todo o país entre terça-feira e sábado. Passageiros tiveram que dormir no saguão dos aeroportos e esperar horas pelo embarque.

Para o governo, os controladores de vôo são o problema. Depois de receber do presidente Lula a ordem para jogar duro com a categoria, na sexta-feira, o comandante da Aeronáutica afastou 14 sargentos controladores do Cindacta-1, a quem chamou de "lideranças negativas". A medida fez parte de um pacote de emergência para normalizar a situação dos aeroportos. Reforço

O sábado foi o primeiro dia do plano de emergência da Aeronáutica. O Cindacta-1 ganhou reforço de controladores de outros estados, para compensar o afastamento dos 14 sargentos. Começaram a trabalhar em Brasília controladores militares de estados como Mato Grosso e Goiás, transferidos em caráter de emergência. Outros 14 sargentos da Defesa Aérea de Curitiba acompanharam as operações, num treinamento para assumir os terminais do Cindacta-1.

A reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que os chefes do Cindacta-1 reuniram a equipe na manhã de sábado e pediram "empenho" de todos numa "operação de guerra". "Tem de fazer funcionar o sistema de qualquer jeito", disseram os oficiais, segundo testemunhas. O apelo foi uma alusão à modificação das escalas de trabalho, um dos nove itens do plano anunciado na sexta pelo comandante Juniti Saito, para conter os atrasos causados pela operação-padrão dos sargentos.

Controladores denunciaram que a FAB desrespeitou a legislação, porque pelo menos dois colegas do turno das 22h às 7h tiveram de ficar no Cindacta-1 até o meio-dia, fazendo jornada dupla. Para os sargentos, isso "coloca em risco a segurança do tráfego aéreo". A informação foi contestada pela Aeronáutica, que assegurou que em nenhum momento a segurança será afetada. A FAB divulgou nota afirmando que os sargentos estão "cumprindo suas funções com eficiência" e elogiou o profissionalismo da equipe do Cindacta-1.

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