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Reserva – O presidente do PCdoB de Reserva, Nelson Renato Vosniak, foi assassinado na noite de domingo por seu adversário político, Flávio Hornung Neto (PMDB), presidente da Câmara Municipal da cidade e que assumiu a autoria do crime. Revoltados, alguns moradores de Reserva, cidade com 24 mil habitantes na Região Central do estado, tentaram botar fogo na casa do presidente do vereador, mas o policiamento foi reforçado no local.

Nelsinho, como era conhecido, foi morto às 21 horas de domingo, quando voltava para a sua casa após uma pescaria. No caminho, ele encontrou Flávio Hornung Neto. Após discutirem, Neto disparou seis tiros contra o carro onde estava Vosniak e mais dois ocupantes. Nelsinho foi atingido por quatro disparos e morreu na hora. Pessoas que passavam pela rua após o incidente tentaram socorrê-lo, mas ele chegou morto ao posto de saúde da cidade.

Giovani Welp Pinto, repórter de um jornal patrocinado por Vosniak, foi ferido por dois disparos, um deles atingindo o seu pescoço. Ele foi levado para um hospital de Telêmaco Borba, onde passou por cirurgia e continua internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Seu quadro é estável. O outro ocupante do veículo, um professor de artes marciais conhecido como Carlos, não ficou ferido e viajou para outra cidade, com medo das ameaças que recebeu.

Nelson Vosniak foi entrevistado em Reserva pela equipe da Gazeta do Povo na sexta-feira e a reportagem foi publicada no dia de seu assassinato. Ele contou para o jornal como conseguiu fazer de Reserva o maior reduto de filiados ao PCdoB no estado. Nelson fundou o partido na cidade em agosto do ano passado e conquistou 232 filiações, mais do que na capital, onde há 212 pessoas ligadas oficialmente ao partido.

Neto, que é sobrinho do prefeito de Reserva, Frederico Bittencourt Hornung, apresentou-se à delegacia da cidade na manhã de ontem e confessou a autoria dos disparos durante o depoimento. Também entregou o revólver utilizado no crime. Na seqüência foi liberado por não ser uma situação de flagrante.

De acordo Carlos Silva, advogado de Neto, os disparos foram em legítima defesa. "Ele vinha sendo provocado e ofendido insistentemente por Vosniak. No domingo, ele viu uma das pessoas do outro carro com uma arma e com medo de morrer, atirou", disse. O revólver no carro de Vosniak continua dentro do veículo, que está no pátio da delegacia, para perícia.

Segundo o advogado da família Vosniak, Luiz Carlos Bortoletto, Nelson não andava armado, mesmo com as constantes ameaças de morte.

Flávio e Nelson eram adversários políticos desde as últimas eleições municipais, em 2004, quando Vosniak não conseguiu se candidatar a vereador pelo PPS, na coligação feita pela família Hornung. Esse foi o principal motivo para Nelson fundar e ser o presidente do PCdoB em Reserva. Há seis meses, Neto chegou a agredir fisicamente Vosniak. "Eles sempre tiveram divergências, mas não imaginava que fosse chegar a esse ponto", afirmou o irmão de Nelson, Luiz Carlos Vosniak. Candidato a prefeito nas últimas eleições, Luiz Carlos pretende assumir o posto de principal nome da oposição na cidade e continuar o projeto do irmão. "Pode ter certeza que esse sangue derramado não será em vão e que a cidade ganhará com isso", disse.

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