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Dilma: brechas na agenda para compromissos populares | Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Dilma: brechas na agenda para compromissos populares| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi orientada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mostrar seu lado de "mulher comum", que tanto vai ao carnaval quanto à missa. "Mergulhe na cultura popular", disse Lula à ministra. Na prática, o presidente quer que ela traduza números, cifras e dados sobre infraestrutura para o cotidiano do eleitor.

Não é à toa que, desde o carnaval, quando esteve em Pernambuco, Dilma tem aberto brechas na agenda para compromissos populares e vai começar a aparecer em programas de grande audiência, no rádio e na tevê. Fã de Hebe Camargo, a ministra mandou flores para a apresentadora, que na semana passada fez 80 anos. Dias antes, compareceu à missa do padre Marcelo Rossi: levantou as mãos para o alto, bateu palmas, tentou acompanhar o coro dos fiéis e ganhou fitas de Nossa Senhora Desatadora dos Nós.

Lula também recomendou a Dilma que não ingresse em nenhuma corrente do PT. A ordem é ser simpática com todas as tendências, para não causar ciumeira. Depois de se dedicar a conversas reservadas com políticos do antigo Campo Majoritário – integrado por Lula – e com a ala da ex-prefeita Marta Suplicy, Dilma comparecerá agora ao encontro da Mensagem ao Partido, previsto para os dias 21 e 22, no Rio.

Capitaneado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro – que sempre torceu o nariz para a candidatura de Dilma –, o grupo lançará um manifesto de apoio à campanha da petista, a exemplo do que já fez a turma de Marta.

Apesar das críticas da oposição, Dilma diz que continuará viajando para vistoriar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe de sua campanha ao Planalto. "Que campanha? Campanha aqui é zero na quinta casa", desconversa. "Fui para a cozinha, descasquei batata, fiz a comida, lavei o chão e na hora de servir o prato principal sou expulsa? Assim não dá." Detalhe: embora aprecie a gastronomia e saboreie omelete de queijo todo fim de tarde no Planalto, Dilma não tem dotes culinários.

A notícia da queda de 3,6% no PIB do quarto trimestre do ano passado não alterou o programa de exposição pública da ministra. "Essa queda do PIB já era prevista. Como poderia ser diferente? O mundo desabou no fim do ano", avalia o deputado e ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci (PT-SP), não vendo constrangimentos de nenhuma natureza para o governo.

Os problemas, avaliam deputados petistas que têm acompanhado a ministra em atividades no interior do país, só vão aparecer se o desemprego disparar e houver uma brutal redução de crédito nos próximos meses.

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