• Carregando...
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, ao lado do presidente da Itaipu, Jorge Samek, e do deputado federal André Vargas (PT). Em Foz, diretor da Itaipu é plano A do partido | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, ao lado do presidente da Itaipu, Jorge Samek, e do deputado federal André Vargas (PT). Em Foz, diretor da Itaipu é plano A do partido| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
 |

Aliança

Gustavo Fruet (PDT), ex-deputado federal e pré-candidato à prefeitura de Curitiba.

Em que ponto está o diálogo com o PT, e com outros partidos, para a construção de uma coligação para a campanha de 2012?

Neste momento, há muito diálogo. Estamos pensando no plano de governo, dialogando com a população, mas também dialogando com os partidos. Só faz sentido a coligação se ela for um processo de amadurecimento e convencimento, e não de imposição. Portanto, nós temos que respeitar o tempo dos partidos. O PT deverá ter prévias e convenção, o que é compreensível e deve ser incentivado, para debater se defende uma candidatura própria ou uma coligação. Agora, só faz sentido [uma coligação] se houver convergência em pontos programáticos de governo.

Existem setores do PT bastante resistentes ao seu nome, especialmente porque o senhor foi filiado do PSDB até pouco tempo atrás. Como lidar com esse obstáculo?

É claro que não há unanimidade, mas esse é o debate político. A gente vai perdendo a capacidade desse debate político. Muitas vezes, esse debate se resume, ou se reduz, à desqualificação, ou à fulanização. Isso é diminuir a política. O PT talvez seja um dos últimos partidos que preserva suas correntes, tenta estabelecer esse diálogo e, quando não é possível, vai para o voto. Eu entendo [esse processo] e é por isso que eu tomo muito cuidado para respeitar o tempo dos partidos e muito cuidado nas análises de questões internas da vida partidária.

Chico Marés

Estratégia

Petistas querem 50 prefeituras do Paraná

A meta do PT para as eleições municipais de outubro é acumular 50 prefeituras no Paraná. Hoje no estado, o partido conta com 34 prefeituras, 280 vereadores e 38 vice-prefeituras. A estratégia faz parte do plano nacional da sigla para este ano, com vistas a apoios futuros e reforço da base aliada em todo o país. No plano nacional, o alvo principal são as 177 cidades brasileiras com mais de 150 mil eleitores.

"Nós queremos crescer, mas sem sacrificar os nossos aliados. Nossa estratégia é manter o que temos, reconquistar o que perdemos e crescer em todo o país. No Paraná, cidades estratégicas como Curitiba, Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu são importantes para o partido", comentou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, em passagem ontem pelo estado. (FW)

Em passagem ontem pelo Paraná, o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, evitou entrar na polêmica sobre a disputa interna do PT de Curitiba. A legenda está dividida entre os que defendem a candidatura própria e os que querem uma aliança para apoiar o pedetista Gustavo Fruet, posição do campo majoritório do partido, encabeçado pelos ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann.

"Em Curitiba existem duas posições: um bloco petista que prefere a aliança com o ex-deputado Fruet e outro que defende a candidatura própria entre dois deputados nossos [o deputado federal Dr. Rosinha e o estadual Tadeu Veneri]. Isso vai ser resolvido pelo diretório municipal" afirmou Falcão. Ele participou ontem de uma reunião do PT em Foz do Iguaçu e estará hoje em Londrina, no encontro do diretório municipal do partido.

Samek

Sobre a eleição em Foz do Iguaçu, onde não existe uma disputa interna do partido, o tom adotado pelo petista foi bem diferente.

Apesar de evitar declarar apoio abertamente à candidatura do diretor da Itaipu Binacional, Jorge Samek, Falcão afirmou que ele garantiria mais força à legenda que outros nomes.

"Antes de março ou abril não vamos ter um quadro claro de coligações nem aqui nem em outras cidades do estado. O Samek tem um papel importante ainda a desenvolver em Itaipu. Mas, como ainda não há uma definição dele, nós preferimos não lançar nenhum outro nome. Não se fala em plano B enquanto prevalece o plano A", garantiu o presidente nacional do PT.

Ele sinalizou, no entanto, que a oficialização do nome de Samek para a prefeitura de Foz do Iguaçu ainda depende do encontro com a presidente Dilma Rousseff. "Existe uma dúvida grande sobre quem vai dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido na Itaipu e as tarefas partidárias. Seria muito importante uma candidatura que consolidasse as forças políticas de Foz do Iguaçu. Mas a substituição da direção da usina é uma decisão exclusiva da presidente Dilma, que deve conversar com o Samek nas próximas semanas", ponderou.

Samek também evitou já colocar seu nome como candidato em outubro. Durante o encontro com lideranças do partido e representantes da base aliada de toda região, declarou que o desejo de dar continuidade aos projetos que iniciou em Itaipu tem tido peso importante na sua decisão.

"São várias iniciativas, como a Unila [Universidade Federal da Integração Latino-Americana]. Isso tudo faz parte de uma estratégia de boa vizinhança com os países da região. Foz do Iguaçu é uma cidade estratégica para o PT. Estamos conversando para ver o que é melhor", afirmou Samek, que segue relutante em deixar a presidência da estatal.

Espaço

A entrada de Samek na disputa pela prefeitura de Foz envolve outros interesses além dos eleitorais. Para disputar a eleição municipal, Samek terá de deixar a cobiçada cadeira de presidente da Itaipu Binacional, o que poderia ter como consequência mais espaço nos ministérios para a presidente Dilma acomodar aliados. Isso porque especula-se que o atual ministro das Comu­­nica­­ções, Paulo Bernardo, passaria a ser o chefe de Itaipu após a saída de Samek e abriria espaço em um ministério.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]