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Presidente quer ouvir MPF para escolher ministros

Dilma afirma que irá consultar o Ministério Público Federal para saber se escolhidos são investigados

O procurador-geral Rpdrigo Janot deve recusar o pedido de Dilma | Albari Rosa/Gazeta do Povo
O procurador-geral Rpdrigo Janot deve recusar o pedido de Dilma (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que irá consultar o Ministério Público para decidir sobre a nomeação de novos ministros para o segundo mandato, que começa em 1.º de janeiro. Num café da manhã com jornalistas, Dilma disse que a consulta tem por objetivo descobrir se há alguma denúncia formal contra alguns dos indicados. A preocupação da presidente é nomear ministros que logo depois venham a ser diretamente envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato.

"Eu vou perguntar: ‘Há algo contra fulano que me impeça de nomeá-lo?’ Só isso. Eu não quero saber o que ele não pode me dizer", afirmou Dilma. "Eu consultarei o Ministério Público mais uma vez, para qualquer pessoa que eu for indicar."

Dilma reconheceu que ainda que não tem conhecimento da lista oficial de envolvidos. Ela lembrou que a relação divulgada na semana passada pela imprensa, com os nomes de 28 parlamentares e políticos, não é oficial. "Eu só vou achar que é oficial no dia em que o procurador [geral da República, Rodrigo Janot] me disser que é oficial", afirmou.

A consulta, porém, tende a ser infrutífera. O Ministério Público Federal (MPF) mantém sob sigilo os nomes dos políticos citados nas delações premiadas da Lava Jato. E, em outras ocasiões, o MPF já se recusou a informar ao Planalto quem são os citados. O temor é que, caso haja vazamento de nomes, a investigação e os eventuais processos decorrentes dela possam ser questionados.

O pedido do Planalto terá de ser formulado a Janot, chefe do MPF.

"Situação surrealista"

Lideranças da oposição criticaram a intenção da presidente Dilma Roussef de consultar o Ministério Público para confirmar a nomeação de ministros. "Isso revela que chegamos a uma situação surrealista em termos de ética na administração pública, porque para a presidente ter que se socorrer do MP para nomear é realmente algo que estarrece", afirmou o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias .

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