• Carregando...
O procurador-geral Rpdrigo Janot deve recusar o pedido de Dilma | Albari Rosa/Gazeta do Povo
O procurador-geral Rpdrigo Janot deve recusar o pedido de Dilma| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Presidente

Dilma diz que falar em impeachment a toda hora "é ultrapassado"

Sob ataque da oposição, Dilma Rousseff disse ontem que "não cabe no Brasil desta década" um impeachment de presidente da República. "Acho que tem de saber perder. Essa história de querer provocar impeachment a cada virada do ponteiro do relógio é um pouco ultrapassada. (...) Cabia no Brasil dos anos 1980, dos anos 1990, não cabe no Brasil desta década", disse.

O PSDB entrou na semana passada com ação de investigação judicial para tentar cassar o registro de candidatura de Dilma. Na quinta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli, descartou a possibilidade de que qualquer ação na Justiça seja capaz de impedir o exercício do próximo mandato pela petista.

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que irá consultar o Ministério Público para decidir sobre a nomeação de novos ministros para o segundo mandato, que começa em 1.º de janeiro. Num café da manhã com jornalistas, Dilma disse que a consulta tem por objetivo descobrir se há alguma denúncia formal contra alguns dos indicados. A preocupação da presidente é nomear ministros que logo depois venham a ser diretamente envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato.

"Eu vou perguntar: ‘Há algo contra fulano que me impeça de nomeá-lo?’ Só isso. Eu não quero saber o que ele não pode me dizer", afirmou Dilma. "Eu consultarei o Ministério Público mais uma vez, para qualquer pessoa que eu for indicar."

Dilma reconheceu que ainda que não tem conhecimento da lista oficial de envolvidos. Ela lembrou que a relação divulgada na semana passada pela imprensa, com os nomes de 28 parlamentares e políticos, não é oficial. "Eu só vou achar que é oficial no dia em que o procurador [geral da República, Rodrigo Janot] me disser que é oficial", afirmou.

A consulta, porém, tende a ser infrutífera. O Ministério Público Federal (MPF) mantém sob sigilo os nomes dos políticos citados nas delações premiadas da Lava Jato. E, em outras ocasiões, o MPF já se recusou a informar ao Planalto quem são os citados. O temor é que, caso haja vazamento de nomes, a investigação e os eventuais processos decorrentes dela possam ser questionados.

O pedido do Planalto terá de ser formulado a Janot, chefe do MPF.

"Situação surrealista"

Lideranças da oposição criticaram a intenção da presidente Dilma Roussef de consultar o Ministério Público para confirmar a nomeação de ministros. "Isso revela que chegamos a uma situação surrealista em termos de ética na administração pública, porque para a presidente ter que se socorrer do MP para nomear é realmente algo que estarrece", afirmou o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias .

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]