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A Polícia Federal (PF) começa a ouvir nesta sexta-feira, em Brasília, os primeiros depoimentos dos presos na Operação Navalha. No total, 46 pessoas foram detidas nesta quinta-feira acusadas de fraudes em licitações públicas e pagamento de propina. Entre os presos, estão autoridades - como prefeitos, secretários e políticos - funcionários públicos e empresários. Duas pessoas ainda estão foragidas.

Já estão em Brasília 42 dos 46 presos na operação. No fim da noite desta quinta-feira, 23 suspeitos - detidos em Alagoas, Bahia, Piauí e Maranhão - chegaram ao hangar da PF, em Brasília. Entre eles, está o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB). Todos foram levados para a superintendência da PF, onde já estavam os outros suspeitos de integrar a quadrilha. Os presos que ainda não foram transferidos serão levados a Brasília em aviões de carreira.

Na lista de presos, estão ainda o assessor do Ministério de Minas e Energia Ivo Almeida Costa, o superintendente da Caixa Econômica Federal Flávio Pin, além de outros 43 políticos, servidores públicos, empresários e lobistas acusados de desviar dinheiro público em nove estados.

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF) decidiu que o deputado Pedro Passos cumprirá prisão domiciliar . Já o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TC-SE) Flávio Conceição teve um princípio de enfarte quando recebeu voz de prisão.

Um dos principais investigados é o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), mas o pedido de prisão contra ele não foi aceito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele teria recebido propina de R$ 240 mil da Gautama, de Zuleido Veras, empreiteiro acusado de chefiar o esquema e que também foi preso. A quadrilha desviou verbas dos governos federal, estaduais e municipais, e planejava, segundo a PF, fraudar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro deste ano.

PDT divulga nota em apoio a Lago e ministro afasta assessor

No início da noite desta quinta-feira, a executiva nacional do PDT divulgou nota manifestando apoio ao governador Jackson Lago e condenando uma suposta "manipulação para comprometer a imagem do governador".

O ministro Silas Rondeau ordenou, por sua vez, o imediato afastamento de seu assessor de gabinete. A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, considerou "exemplar" a ação da PF. O banco vai abrir sindicância interna para investigar o funcionário Flávio José Pin, flagrado em grampos da PF dando orientações a Flávio Candelot, funcionário da Gautama. O advogado dele já entrou com pedido de habeas corpus junto ao STJ.

Ministros garantem que programas do governo não serão prejudicados

A ministra Dilma Rousseff afirmou que operações como a realizada nesta quinta-feira podem diminuir os riscos de novos casos de corrupção no país .

Os ministros da Justiça, Tarso Genro, e de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, afirmaram que as fraudes descobertas não vão atrapalhar os programas do governo.

- Vocês podem estar certos que os efeitos disso são positivos para o Estado brasileiro, que não vai poder mais contabilizar propinas na construção de obras públicas - disse Tarso.

- Um prédio de 30 andares não vai deixar de ser construído porque um caminhão de areia foi mal administrado - disse Mares Guia.

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