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Vereadores podem votar abertura de CP na quinta

Se o prefeito José Joaquim Ribeiro (sem partido) não anunciar a renúncia nos próximos dias, a Câmara pode votar já na quinta-feira o pedido de abertura de Comissão Processante contra ele. De acordo com o vice-presidente da Casa, Rony Alves (PTB), é possível julgar "em até 40 dias dispensando a burocracia, se baseando na confissão do Ribeiro e respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório". O prazo para a CP é de até 90 dias. Se a projeção do petebista for cumprida, a sessão de julgamento ocorreria em outubro, durante a disputa do segundo turno das eleições municipais. Em outra frente, vereadores tentam convencer secretários municipais e pessoas que ocupam cargos na administração Ribeiro a deixar seus postos, aumentando ainda mais o isolamento do prefeito. Quem defende essa tese é Joel Garcia (PP), autor do pedido de cassação contra Ribeiro. Mas há resistência: "eu estou exercendo um cargo pensando na cidade, não posso largar a cidade na mão", reagiu Nelson Brandão, que está na Codel.

Com uma carta divulgada no começo da noite, a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) engrossou o coro pela renúncia do prefeito José Joaquim Ribeiro (sem partido), ao lado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos movimentos sociais, como o "Por Amor a Londrina", que de manhã acampou com várias faixas em frente ao prédio da prefeitura, e o Centro de Direitos Humanos (CDH).

"A Acil vem a público declarar que a renúncia ao cargo tornou-se a única alternativa racional que restou ao prefeito Ribeiro. Ele não reúne mais as condições políticas e morais necessárias para o exercício da função", diz o texto distribuído no começo da noite de ontem. A nota ainda afirma que a renúncia "seria um gesto de dignidade em meio à crise que o município atravessa".

No texto, a entidade reforça o temor de que a continuidade de Ribeiro tomaria a máquina pública "pela paralisia, prejudicando o desenvolvimento" da cidade. A situação dele é comparada a de Barbosa, na nota que pede "urgentemente de estabilidade política, segurança jurídica e respeito ao patrimônio público" na política local.

A carta, aprovada em reunião da diretoria da Acil representou uma subida de tom, depois de tentativas de entidades representativas de empresários de abrir um canal de diálogo pela renúncia, o que vinha ocorrendo desde a semana passada. Numa primeira rodada, as entidades ouviram de Ribeiro que ele não renunciaria porque o presidente da Câmara, Gérson Araújo (PSDB) não assumiria o cargo, pois isso inviabilizaria a tentativa do tucano de tentar a reeleição. O prefeito disse a interlocutores que temia que Joel Garcia (PP) se tornasse prefeito.

No domingo, um grupo de entidades, como a Acil, Sociedade Rural e Sinduscon, se reuniu pela manhã com o presidente e o vice-presidente da Câmara, respectivamente Araújo e Rony Alves (PTB). Os dois foram questionados sobre se algum deles assumiria a Prefeitura em caso de renúncia. A resposta é que Araújo assumiria a Prefeitura nesse cenário. Uma comissão formada por três empresários foi até Ribeiro para comunicar o posicionamento do presidente da Câmara. Voltaram sem um posicionamento definitivo.

Reunião Ontem, no final da tarde, Ribeiro realizou uma reunião com uma hora e meia de duração com os seus secretários. No encontro, ele foi comunicado da saída de Marcelo Teodoro, que acumulava a Secretaria de Obras e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). Teodoro alegou "problemas pessoais [familiares]" para deixar o cargo e não relacionou a decisão à crise política.

Depois do encontro, o Núcleo de Comunicação da prefeitura agendou para hoje entrevistas individuais com veículos de comunicação para que o prefeito se pronunciasse – o JL vai entrevistar Ribeiro às 15 horas. Foram vetadas entrevistas ao vivo e uma entrevista coletiva com todos os veículos simultaneamente.

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