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Atualizado em 01/11/2006 às 19h43

Na véspera do feriadão, os passageiros ainda enfrentam transtornos nos principais aeroportos do país, devido à operação-padrão dos controladores de vôo em Brasília. Para tentar diminuir os transtornos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou na tarde desta quarta-feira a expansão do funcionamento do Aeroporto de Congonhas. Por se tratar de um aeroporto na área urbana de São Paulo, pousos e decolagens só podiam acontecer até as 23h. A partir desta quarta, segundo o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, Congonhas poderá ter atividades até 1h30 da manhã. Essa expansão vale por 30 dias. O aeroporto de Congonhas, de acordo com a Anac, detém 16% das movimentações de aeronaves civis de todo o país.

- A medida é para diminuir o impacto do que estamos vivendo, mas não dá para dizer em quanto vai diminuir - disse Milton Zuanazz

Quem pretende viajar no feriadão, deve se preparar. A previsão não é nada otimista. O presidente da Associação dos Controladores de Vôo do Rio, Jorge Botelho, disse que é praticamente impossível evitar novos atrasos. Segundo o presidente da associação dos Controladores de Vôo do Rio de Janeiro, Jorge Nunes Oliveira, o país precisa contratar 500 novos controladores de vôo.

- Já está se prevendo que haverá novos atrasos e, fatalmente, isso deve acontecer. Não tem solução. O problema está em falta de pessoal. E o pessoal que está lá não tem condição de atender mais gente que está atendendo - afirmou Botelho.

Em Brasília, os pousos e decolagens do aeroporto internacional amanheceram com atrasos, que chegam a três horas. Para fazer o check-in, os passageiros aguardam em longas filas - algumas chegaram ao lado de fora do aeroporto. Passageiros que deveriam ter embarcado na noite de terça-feira só conseguiram fazer o check-in nesta manhã.

No Rio, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, pelo menos sete vôos que deveriam chegar à cidade nesta manhã atrasaram em até seis horas. As decolagens ainda não sofrem atrasos. No aeroporto Santos Dumont, as ponte aéreas Rio - São Paulo, chegaram a ser suspensas por cerca de uma hora, já foram retomadas.

Em São Paulo, o atraso no Aeroporto Internacional de Guarulhos chega a cinco horas. Um vôo vindo de Manaus que deveria chegar às 9h40m está previsto agora para 15 horas. Nas decolagens, o atraso médio é de duas horas. Um vôo que deveria ter seguido para Fortaleza às 8h25m deve sair apenas às 12h30m. Em Congonhas, na Zona Sul da capital, o movimento de passageiros é intenso, com vários vôos atrasados. Segundo o painel da Infraero, são 78 os vôos atrasados até as 12h: 49 de partida e 29 de chegada. Alguns estão com atraso de cinco horas.

Em Minas, também foram registrados atrasos. No Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, três vôos foram cancelados nesta manhã, dois para São Paulo e um para Vitória.

Em Recife, no Aeroporto Internacional de Guararapes, foram registrados cinco atrasos. Ao longo do dia, estão previstos 130 pousos e decolagens. A previsão é de muitos atrasos. Desde a meia-noite, dois vôos foram cancelados.

Em Curitiba, 21 vôos atrasaram e dois foram cancelados no Aeroporto Internacional Afonso Pena. Na véspera, houve 65 atrasos e oito cancelamentos.

A assessoria de imprensa da Gol informou que todos os vôos da companhia previstos para esta quarta-feira tiveram ou terão atraso mínimo de duas a três horas. A situação mais crítica, segundo a empresa, está nas regiões Sul e Nordeste do país. Especificamente na Região Sul, apesar de o atraso mínimo previsto ser de três horas, em muitos vôos não há previsão de partida. A Gol informou ainda que até o momento foram cancelados 25 vôos em todo o país. Na terça, a empresa teve 36 vôos cancelados.

E a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados vai discutir no dia 8 a realização de audiência pública para debater os problemas do setor de aviação civil no País, que têm provocado atrasos e cancelamentos de vôos no principais aeroportos brasileiros.

Ministro anuncia medidas emergenciais

Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência e o governo anunciou, por meio do ministro da Defesa, Waldir Pires, medidas emergenciais . Entre as mais importantes está o remanejamento de rotas, para que aviões sem escala em Brasília não entrem no espaço aéreo da capital, o que desafogaria o controle de tráfego operado no Distrito Federal. Isso deverá tornar alguns vôos mais longos.

Haverá ainda convocação imediata de concurso para a contratação de profissionais. O edital deve ser divulgado na segunda-feira. Waldir Pires já disse que a situação só deve se normalizar de 30 a 60 dias.

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