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Em sigilo, o governo prepara um pacote de medidas como resposta à seqüência de escândalos, notadamente o dos sanguessugas, por ora centrado no Congresso, mas com potencial para arrastar o Executivo mais uma vez para os holofotes de uma CPI.

As medidas vêm sendo discutidas por pastas como Justiça e Planejamento e pela Controladoria-Geral da União. Entre elas estariam mudanças no critério de apresentação e liberação de emendas ao Orçamento, de liberação de recursos para convênios e de licitações. O anúncio será feito antes da eleição, para dar a Lula uma nova oportunidade de dizer que fez mais do que FHC ou qualquer outro "na história deste país".

Carona – No rastro do pacote governamental, o programa de Lula dedicará capítulo a propostas para o Orçamento. O PT deve sugerir o fim das emendas individuais e rodízio na Comissão Mista que estuda a proposta orçamentária.

Tiro no pé – Observação de um parlamentar não-sanguessuga: "Agora querem acabar com a emenda individual, que no entanto é a única passível de fiscalização".

Memória 1 – No início do governo Lula, Francisco Rocha foi escalado para "cuidar dos interesses do PT" no Ministério da Saúde. Mas e o ministro? "O Humberto cuidava mais dos interesses dele", explica um dirigente da sigla.

Memória 2 – Tempos depois, "Rochinha", como é conhecido no partido, foi para a Agência Nacional de Saúde, de onde saiu recentemente para ser chefe-de-gabinete de Ricardo Berzoini na coordenação da campanha de Lula.

Classificados – Wellington Fagundes (PL-MT) diz que foi só uma vez à Planam. Alega ter recebido de Lino Rossi (PP-MT) um endereço onde poderia ver um caminhão de som à venda. Quando chegou – surpresa! –, era o estacionamento da empresa-mãe da quadrilha sanguessuga.

Onda – O PSOL vai usar parte de seu horário gratuito para pregar o "voto limpo". O slogan já foi escolhido: "Seja um cidadão por inteiro. Em 1.º de outubro, não vote em sanguessuga ou mensaleiro".

Hora e local – Um leitor atento de pesquisas acredita ter identificado, ao examinar um "tracking", o momento em que Heloísa Helena ganhou fôlego: segunda semana de julho, período de ofensiva do PCC em São Paulo.

Incômodo – O comando da campanha de Lula tenta cancelar evento do presidente com evangélicos dia 15 em SP. Mais de metade da bancada da igreja figura na lista de sanguessugas ou de mensaleiros. Há quem esteja em ambas.

O amor é lindo – Aviso a petistas que apostam na saída de Henrique Meirelles num segundo mandato: ele nunca esteve tão próximo de Lula. Um ministro comenta a boa fase do presidente do Banco Central: "Até a Dilma falou bem do Meirelles outro dia!".

Duas canoas – Discretamente, José Sarney (PMDB-AP) incentivou o encontro de Roseana Sarney (PFL-MA) com Geraldo Alckmin. O ex-presidente, pró-Lula, quer ter uma ponte com o tucano para eventual necessidade futura.

Beijo na boca – Rola um clima entre Aldo Rebelo (PC do B-SP) e – quem diria – a bancada do PFL. O presidente da Câmara deve ter concluído que, para tentar manter o posto em 2007, precisará de mais do que o PT. Se é que este lhe dará outra chance.

Mal na fita – José Guimarães (PT), irmão de Genoíno e ex-chefe do homem-cueca, ficou fora do primeiro programa de Cid Gomes (PSB). O candidato ao governo do Ceará reuniu apoiadores em Sobral para a gravação, com direito a tomada de helicóptero.

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TIROTEIO

* Do ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, sobre campanha publicitária no ar na MTV que estimula o voto nulo. A emissora se dirige ao público jovem.

– Voto nulo é um erro. Equivale ao avestruz que, numa tempestade de areia, enfia a cabeça no buraco. Quando uma concessionária pública prega isso, presta um desserviço.

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