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O deputado estadual e pré-candidato a federal Ângelo Vanhoni (PT) disse que vai "dobrar" com os candidatos a deputado estadual do próprio partido. "Defendemos as normas de um partido e queremos consolidá-lo. E é o eleitor que decide em quem vai votar. Nós vamos buscá-lo", afirma. "O eleitor se identifica com determinados parlamentares e com as áreas de atuação. ‘Dobrada’ é uma praxe e é tradição", diz o petista, que confirma que há a produção de materiais de campanha em parceria.

O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) conta que, principalmente em cidades menores, há grupos políticos que apóiam pessoas diferentes, ou seja, fazem "dobradas" com mais de um candidato. "Às vezes, temos de fechar apoio com candidatos que o grupo determina e nem sempre são do mesmo partido."

A primeira regra em uma eleição, diz Hauly, é não recusar apoio. "Mas material de campanha em parceria só com pessoas do mesmo partido ou coligação partidária", diz ele, admitindo que apoios a candidatos diferentes confundem mesmo o eleitor. "A estrutura, o sistema político no qual vivemos, leva ao individualismo e ao egoísmo. Seria legal se houvesse o voto distrital misto", opina o deputado.

Já o deputado estadual e pré-candidato a federal, Marcos Isfer (PPS), afirmou que procura parceria com políticos que tenham a mesma ideologia, estilo de atuação e pensem de forma igual. "Há ‘dobradas’ com políticos de outros partidos, mas desde que tenham a mesma visão. Caso contrário, o eleitor rejeita. A prioridade, portanto, é ‘dobrar’ com os do mesmo partido".

Assim como Hauly, Luciano Pizzatto (PFL), pré-candidato à Câmara Federal, defende mudanças na legislação. "Deveria haver uma lista partidária séria. Muitas ‘dobradas’ podem confundir o eleitor e a identidade do candidato com o partido deixa de existir", afirma.

De acordo com Pizzatto, esse procedimento eleitoral beneficia apenas os candidatos que são "marcas, têm nome". "O novato procura os candidatos que têm marca forte e de maior penetração eleitoral. A legislação força, informalmente, as ‘dobradas’. Ela é feita para agradar determinados grupos e, fora do partido, não é legal, mas necessária e aceita moralmente." O eleitor, sugere Pizzatto, deveria analisar o partido. Segundo ele, 90% dos eleitores querem saber quem são os candidatos e nem se interessam pelo partido aos quais estão filiados.

O deputado estadual Augustinho Zucchi (PDT) também criticou a forma como ocorrem as "dobradas". "Sugiro aos meus eleitores que votem em determinados candidatos respeitando os compromissos locais, mas não imponho candidaturas a eles", afirma. "As ‘dobradas’ só existem por que não há estrutura forte de partido no país." (CCL)

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