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investigação

Processo contra Justus pelos Diários Secretos está ‘oculto’ no TJ

Oficialmente não é possível nem mesmo saber nas mãos de qual desembargador a ação contra o deputado e mais 31 pessoas foi parar

Justus é acusado do uso de funcionários fantasmas em um esquema de desvio de dinheiro público. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Justus é acusado do uso de funcionários fantasmas em um esquema de desvio de dinheiro público. (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

É impossível consultar o andamento da ação judicial contra o deputado estadual Nelson Justus (DEM) e mais 31 pessoas, acusados pelo Ministério Público de crimes como formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. No site do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, consta que “o processo [está] com acesso limitado”. Oficialmente não é possível nem mesmo saber nas mãos de qual desembargador a ação foi parar.

A Gazeta do Povo buscou a assessoria de imprensa do TJ para saber por qual razão o processo não pode ser consultado pelo site, nem mesmo pelas partes (advogados). Somente indo até o TJ é possível ter acesso ao processo – liberado apenas para os envolvidos, uma vez que está tramitando em sigilo.

Contudo, mesmo nos casos em que os processos estão em segredo de Justiça, o andamento fica disponível para a consulta no site, sem que o teor dos despachos seja divulgado. Já sobre o processo de Justus e os demais réus, nada pode ser consultado.

Acusação

Ex-presidente da Assembleia Legislativa, Justus é acusado, junto com assessores próximos, do uso de funcionários fantasmas em um esquema de desvio de dinheiro público. Além disso, a denúncia também aborda o caso de servidores lotados na presidência da Assembleia que seriam, na verdade, agentes políticos do deputado no interior – o que, no entendimento do MP, também se trataria de peculato (desvio de dinheiro público). Por fim, o MP denuncia o parlamentar e seus assessores de lavarem dinheiro com a venda e compra de veículos.

A denúncia envolve dois núcleos familiares que apareceram na série de reportagens Diários Secretos, realizada pela Gazeta do Povo e pela RPC: o do assessor parlamentar Luiz Alexandre Barbosa e o do chefe de gabinete Sérgio Roberto Monteiro.

O ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho, também é citado na denúncia, por falsidade ideológica.

Tramitação

O processo está em fase de notificação dos denunciados. Somente após ouvir a defesa, o Tribunal de Justiça decide se acata ou não a ação. O processo tramita em segunda instância, uma vez que Justus tem direito a foro privilegiado.

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