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Tratando Marcos Valério como um "jogador", o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta segunda-feira (17) que é preciso ter "muito cuidado" com as declarações atribuídas ao empresário pela revista "Veja". Mas ressaltou que elas são "importantes" e devem ser analisadas.

Segundo a reportagem publicada no fim de semana, Valério afirmou que o esquema do mensalão desviou R$ 350 milhões --quase o triplo do que consta na denúncia-- e era comandado pelo ex-presidente Lula, com o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil). "As declarações dele no momento têm que ser sempre tomadas com cautela. Não se sabe exatamente que tipo de jogo está sendo feito. Marcos Valério é uma pessoa que ao longo de todo esse processo deixou muito claro que é jogador", disse o procurador, para quem a prioridade atual do Ministério Público é a conclusão do julgamento.

"A gente tem esse tipo de declaração no momento em que, aparentemente, [Valério] se ressente das condenações que já sofreu. A gente precisa tomar cuidado."O Supremo Tribunal Federal já condenou o empresário por corrupção ativa, peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro.

Para Gurgel, as informações da revista não são suficientes para que o Ministério Público abra nova investigação para apurar se Lula fazia parte do esquema. Gurgel lembrou que o ex-presidente, por não mais ocupar cargo público, não possui foro privilegiado e pode ser investigado na primeira instância.

Prisão

O procurador-geral, questionado se vai pedir a apreensão dos passaportes dos condenados, disse que pretende insistir na prisão imediata deles. Hoje, a Folha de S.Paulo publicou entrevista de José Dirceu na qual ele diz que não fugirá do país se condenado. "Nada impede que essa decisão [prisão] seja executada imediatamente", afirmou Gurgel.

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