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O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o governador de Rondônia Ivo Cassol (PPS), o senador Expedito Júnior (PR-RO) e mais 11 pessoas, entre elas delegados e agentes da Polícia Civil do estado, por corrupção eleitoral. Alguns dos denunciados também são acusados de formação de quadrilha e coação de testemunhas.

O esquema de compra de votos denunciado tinha por objetivo favorecer os então candidatos Expedito Júnior, Ivo Cassol, Val Ferreira e José Antônio nas eleições de outubro de 2006, mediante pagamento de R$ 100 a quase mil eleitores. Elisa e Nonato, dois dos denunciados, percorreram postos de trabalho dos vigilantes da empresa Rocha Segurança e Vigilância e ofereceram aos trabalhadores dinheiro para que votassem nos candidatos. O valor era depositado em contas bancárias dos vigilantes. Segundo Antonio Fernando, a execução de todo esse esquema criminoso somente foi possível graças à atuação de Expedito Júnior, Ivo Cassol e Val Ferreira.

"As campanhas dos três candidatos estavam fortemente ligadas, a ponto de Expedito Júnior ser o principal financiador de Val Ferreira, e de não haver distinção entre os colaboradores contratados para as campanhas de Ivo e Expedito", diz a denúncia.

De acordo com a denúncia, Ivo Cassol utilizou o cargo de governador do estado para tentar impedir qualquer investigação a respeito da corrupção eleitoral. Ele determinou instauração de inquérito pela Polícia Civil, o que consistiu em "verdadeiro instrumento de coação às testemunhas" do delito. Os policiais civis, a pretexto de investigar o crime, passaram a intimidar testemunhas com ameaças veladas, segundo o procurador.

Os delegados ainda articularam depoimentos de supostas testemunhas, cujos depoimentos eram previamente forjados. Uma delas também passou a intimidar testemunhas e seus familiares. Para Antonio Fernando, as conversas interceptadas no período dessa investigação da Polícia Civil não deixam dúvida de que Ivo Cassol tinha pleno conhecimento do esquema criminoso.

"A investigação estadual foi instaurada com o claro intuito de criar fatos novos relacionados aos delitos eleitorais, mediante manipulação de provas e intimidação de testemunhas, a fim de beneficiar os candidatos envolvidos na compra de votos. Toda a farsa foi executada a mando do governador Ivo Cassol, que se utilizou do aparato da segurança do estado de Rondônia para tentar desqualificar a investigação dos crimes eleitorais imputados a ele e a seu grupo política", afirma o procurador-geral da República, na denúncia.

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