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Acusado pelo procurador-geral da República de fazer parte de um núcleo do esquema encarregado de comprar votos e adesões no Congresso, o ex-ministro José Dirceu voltou a se defender nesta quarta-feira. A denúncia apresentada por Antonio Fernando Souza lista 40 pessoas, a maioria do PT e de partidos da base aliada, como responsáveis pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão ilegal de divisas, corrupção ativa e passiva e peculato.

Por meio de seu advogado, Dirceu disse que a denúncia distorceu depoimentos e omitiu informações.

- O procurador fez da peça dele um panfleto partidário. Distorce os depoimentos e não leva em conta as contestações oficiais de instituições como o Banco Rural - disse o advogado José Luís Oliveira Lima.

O advogado também criticou o fato de a denúncia incluir a afirmação de que Dirceu mantinha relacionamento estreito com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão. Segundo Lima, a agenda do então ministro mostra exatamente o contrário, que nunca houve encontros frequentes.

- A peça é fruto da criatividade intelectual do procurador.

Dirceu teve seu mandato de deputado cassado em novembro acusado de ter sido o mentor do esquema de compra de votos e de arrecadação ilegal de fundos. As acusações foram iniciadas em 6 de junho do ano passada por Roberto Jefferson (PTB-RJ), também cassado.

O deputado Professor Luizinho (PT-SP), que foi poupado pela Câmara e manteve seu mandato, preferiu adotar um tom mais ameno.

- Eu respeito a decisão. Tenho o maior apreço pela Procuradoria Geral da República. Vamos ter direito de defesa, diferente do que foi nosso direito de defesa no Conselho de Ética porque no Supremo Tribunal Federal as provas valem. Estou convicto da minha inocência e vou tentar comprová-la - disse.

Por meio de uma nota, o Banco Rural - cujos diretores foram denunciados - afirmou que a "denúncia é infundada, inconsistente e demonstra total desconhecimento da atividade bancária".

O procurador incluiu diretores do banco na denúncia afirmando que a instituição abasteceu o caixa dois do PT por meio de "simulação de empréstimo" e que tinha objetivo de obter vantagens indevidas.

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