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Produtores rurais da região de Bauru reúnem-se na quinta-feira para discutir uma forma de reagir legalmente à investida do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre as fazendas da região centro-oeste do Estado de São Paulo, que está na mira do movimento desde que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) revelou a existência de mais de 40 mil hectares de terras que seriam públicas, entre os municípios de Bauru e Iaras.

O MST aguarda o segundo turno das eleições para intensificar as ações, segundo o presidente do Sindicato Rural de Bauru, Mauricio Lima Verde Guimarães. "Falam de uma lista com o nome das fazendas que serão invadidas", disse.

Ele conta que foi procurado por agricultores e pecuaristas que já tiveram propriedades ocupadas ou estariam na lista do MST. Desde fevereiro, 18 propriedades rurais foram ocupadas na região a última, a menos de 20 dias - os invasores ainda permanecem na área. Além do MST, participam das ações integrantes da Federação dos Agricultores Familiares (FAF) e de grupos independentes.

De acordo com Guimarães, os fazendeiros pretendem discutir os instrumentos jurídicos que podem ser acionados em caso de invasão. "Já temos apoio da Polícia Militar (PM) através de patrulhas que percorrem diariamente cerca de 250 quilômetros de estradas."

A ação policial foi necessária em razão de supostas ameaças de sem-terra contra fazendeiros. Há um mês, as cercas da fazenda Ribalonga do Faxinal foram cortadas em vários pontos e o gado fugiu. O pecuarista Eduardo Lourenço Pinto, de 82 anos, foi obrigado a transferir a família para a cidade.

Os ruralistas pretendem pedir também ações rápidas da Justiça para retirar os sem-terra em caso de ocupação. O sítio Santa Marina, do produtor Antonio Aversa Neto, invadido por dissidentes do MST no dia 6 de agosto de 2009, só foi desocupado ontem, 445 dias depois. O produtor, que disse ainda ter pago o transporte para os sem-terra saírem da área, vai entrar com processo contra a União.

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