
Propostas que tentam legalizar os bingos assombram a pauta do Congresso Nacional há anos, entrando e saindo das negociações entre os líderes para serem votadas pelo plenário das duas Casas. Foram várias as tentativas frustradas de levar adiante esses projetos na Câmara e no Senado nos últimos dez anos. Na mais recente, em dezembro de 2010, a legalização foi derrubada pelo plenário da Câmara, por 212 votos a 144.
Nem mesmo a principal justificativa dos que defendem a proposta a de que a medida criará empregos diretos e indiretos, ampliando o setor de turismo no país foi capaz de quebrar a resistência à iniciativa.
O lobby pela aprovação sempre foi muito forte. Em 2008, um ano depois de o Senado ter derrubado a prorrogação da CPMF, a proposta de legalização dos bingos ganhou força com uma causa mais nobre: parte dos impostos arrecadados com o jogo seria revertida para a saúde pública.
Capitaneado pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o projeto recebeu assinatura de parlamentares de vários partidos da base aliada e da oposição. Mas acabou não avançando.
Em 2010, a proposta chegou a ter o apoio do então líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP), que, no fim dos debates, acabou não votando. Nesta votação, a maioria dos petistas votou contra, mas foram a favor, por exemplo, o atual líder da bancada, Jilmar Tatto (SP), o secretário de Comunicação do PT, André Vargas (PR), o pré-candidato à prefeitura de Recife Maurício Rands e o ex-deputado Paulo Rocha (PA).
Na votação de 2010, os deputados goianos Carlos Alberto Leréia (PSDB), Sandes Júnior (PP) e Jovair Arantes (PTB), todos amigos do bicheiro Carlinhos Cachoeira, votaram a favor da legalização. Outro deputado goiano citado nas conversas gravadas de Cachoeira, o petista Rubens Otoni estava ausente.



