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O Ministério Público Estadual (MP) entrou com duas novas denúncias contra o investigador da Polícia Civil Délcio Augusto Rasera. Ele já responde a processos por escutas telefônicas clandestinas e por posse ilegal de armas. Desta vez, Rasera está sendo denunciado pela Promotoria de Inquéritos Policiais (PIP) por ofensas à honra de membros do MP.

As denúncias feitas pela PIP foram encaminhadas às 3.ª e 6.ª Varas Criminais de Curitiba. Essa última já recebeu a denúncia e marcou audiência para 4 de abril do ano que vem. Segundo os documentos do MP contra Rasera, o policial teria ofendido os promotores de Justiça durante depoimento à 5.ª Vara Criminal, onde corre o processo por porte de armas, e durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, ocorrida no fim de 2006 na Assembléia Legislativa (AL).

Os promotores que teriam tido a honra ofendida por Rasera são Paulo Kessler, Cláudio Franco Felix, Luciana Linero, João Mílton Salles e Wálber Alexandre de Souza, que à época estavam lotados na Promotoria de Investigações Criminais (PIC), responsável pela prisão do investigador em setembro de 2006. A PIC, considerando-se vítima, representou contra Rasera à PIP, que ofereceu as denúncias.

De acordo com a documentação da PIP, Rasera imputa aos promotores crimes de abuso de autoridade, invasão de domicílio agravada, fraude processual, sonegação de documentos, indução a falsos testemunhos, furto, interceptação de conversas telefônicas, ofensas, divulgação de segredos e prevaricação.

No material referente ao depoimento de Rasera na 5.ª Vara Criminal, o policial afirmou que os promotores cometeram abuso ao arrombar a casa dele, que a PIC era utilizada para resolver problemas familiares e que houve furto de uma pistola. No depoimento à 5.ª Vara, Rasera disse ainda que os promotores levaram até facas de cozinha e foram à "churrasqueira e se embriagaram", bebendo uísque, cerveja, refrigerantes e comeram presunto e salame.

Para Rasera, existia uma guerra entre o "chefe do promotores" da PIC, Paulo Kessler, e o secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, e os promotores o usaram de "bode expiatório". Já na CPI dos Grampos, segundo o documento da PIP, Rasera teria dito que os promotores levaram documentos da esposa dele e quebraram o seu sigilo fiscal e bancário sem ordem judicial. "Está no processo o canhoto de um cheque que eu paguei", afirmou o investigador.

Os promotores alegam que documentos apreendidos na busca podem ser acrescentados ao processo.

Délcio Rasera afirmou que confirma tudo que disse anteriormente. "Vou repetir tudo quando for chamado para ser ouvido pelo Poder Judiciário. E agradeço pela propaganda que fazem de mim pelo Paraná", disse o investigador, que ainda não foi informado oficialmente das denúncias. (CCL)

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