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Duque (de camisa azul-marinho), ao ser preso, no Rio.  Ele seria transferido para Curitiba. | Alexandre Vieira/ Reuters
Duque (de camisa azul-marinho), ao ser preso, no Rio. Ele seria transferido para Curitiba.| Foto: Alexandre Vieira/ Reuters

O ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque foi preso nesta segunda-feira (16) na décima fase da Operação Lava Jato. O ex-diretor e outras 26 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro – entre elas o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Os procuradores afirmam ainda ter a convicção de que pelo menos R$ 4,6 milhões foram lavados através de doações oficiais de campanha feitas por empreiteiras investigadas para candidatos do PT entre 2008 e 2010.

“Que país é Esse?”

A décima fase Operação Lava Jato foi batizada de “Que País é Esse?”. A inspiração foi uma gravação em que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque faz essa pergunta ao saber que seria preso pela primeira vez, em novembro do ano passado.

De acordo com o procurador do MPF Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, foram realizadas 24 doações oficiais de campanha em 18 meses para dissimular a origem ilícita do dinheiro desviado da Petrobras. Os pagamentos foram feitos entre outubro de 2008 e abril de 2010 a pedido do ex-diretor Renato Duque, ligado ao PT. De acordo com a denúncia do MPF, o tesoureiro do partido, João Vaccari, indicava as contas dos diretórios onde os depósitos deveriam ser realizados. Segundo os delatores do esquema, a doação oficial de campanha era uma forma de”esquentar” a propina por obras da Petrobras.

Em Curitiba

R$ 84 milhões foram desviados da Repar

Pelo menos R$ 84,6 milhões foram desviados das obras da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Paraná, de acordo com a denúncia do MPF apresentada nesta segunda-feira (16). De acordo com o procurador do MPF Deltan Dallagnol, foram dez atos de corrupção identificados na refinaria parananense. Além disso, o MPF identificou cerca de R$ 226,8

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Duque foi preso no Rio de Janeiro e foi transferido nesta segunda-feira à noite para Curitiba, sede da Operação Lava Jato. Além de Duque, outros quatro denunciados pelo MPF foram presos nesta segunda: o empresário Adir Assad, Sonia Branco, Dário Teixeira Alves Junior e Lucélio Góes – filho do operador Mario Góes, preso na deflagração da nona fase da Lava Jato.

A denúncia envolve o desvio e lavagem de dinheiro a partir de quatro obras da Petrobras: Replan (Paulínia/SP), Repar (Paraná), Gasoduto Pilar/Ipojuca e Gasoduto Urucu-Coari. As empresas responsáveis pelas obras foram a OAS, Mendes Junior e Setal – que tiveram executivos denunciados.

Ao todo, 27 pessoas foram denunciadas, sendo cinco operadores – entre eles o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e o ex-gerente da estatal Pedro Barusco.

Passagem secreta

Ao cumprir mandados de busca e apreensão na casa do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, a Polícia Federal encontrou um compartimento secreto, onde o ex-diretor guardava documentos e bens de valor. Essa é a 2.ª vez que Duque foi preso pela Operação Lava Jato. A 1.ª foi em novembro. Ele foi solto cerca de 20 dias depois, por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

No pedido de prisão, o MPF alega que Duque estaria movimentando dinheiro depositado em contas no exterior. Segundo as investigações, o ex-diretor tem R$ 70 milhões em uma conta em Mônaco. Parte do dinheiro foi transferida para o país em 2014.

Outro lado

Por meio de nota, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D’Urso, negou que seu cliente tenha recebido propina e solicitado doações ilegais para o PT.

PF apreende 131 obras de arte na casa de Duque

  • Curitiba e São Paulo

A Polícia Federal (PF) apreendeu 131 obras de arte na residência do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, preso nesta segunda feira (16), no Rio de Janeiro. As buscas na casa e em outros dois endereços de Duque foram determinadas pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato.

A compra de obras de arte é um dos expedientes mais usuais no processo de lavagem de dinheiro. A suspeita é que Renato Duque teria lavado dinheiro de propinas por meio da aquisião de obras de arte.

A Polícia Federal (PF), no início da Operação Lava Jato, em março de 2014, já havia recolhido expressiva quantidade de obras de arte e joias em poder do doleiro Alberto Youssef, personagem central do esquema de corrupção.

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