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o brasil nas ruas

Protestos voltam a crescer, reúnem 879 mil no país e mantêm Dilma sob pressão

Protestos contra a presidente foram maiores que os de abril, mas ficaram bem abaixo dos de março em número de manifestantes

Multidão na Avenida Paulista: São Paulo foi, novamente, a cidade que reuniu mais manifestantes no país. Foram 350 mil segundo a Polícia Militar. | Paulo Whitaker/Reuters
Multidão na Avenida Paulista: São Paulo foi, novamente, a cidade que reuniu mais manifestantes no país. Foram 350 mil segundo a Polícia Militar. (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

A terceira onda de protestos contra a presidente Dilma Rousseff e o PT melhorou o fôlego em relação à anterior, realizada no dia 12 de abril, mas permaneceu abaixo da primeira, que ocorreu no dia 15 de março. Segundo estimativas das polícias militares estaduais e do Distrito Federal, 879 mil pessoas foram às ruas neste domingo (16) em mais de 200 cidades de todas as unidades da federação (veja abaixo os números dos protestos nas principais cidades do país e do Paraná). Em abril, foram 701 mil; em março, 2,4 milhões.

Se não chega a ser um fato novo na crise enfrentada pela gestão petista, o ato mantém o clima de pressão popular sobre o Palácio do Planalto. Nos bastidores do governo, a expectativa era de um número de participantes menor. Por outro lado, a oposição, que aderiu e ajudou na convocação aos protestos pela primeira vez, jogava as fichas em um quórum bem mais expressivo.

A manifestação aconteceu na sequência de uma rara semana de sucesso nas articulações políticas do governo, marcada pela reaproximação com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e por vitórias no Tribunal de Contas da União e no Supremo Tribunal Federal em causas ligadas à possível instalação de um processo de impeachment contra Dilma no Congresso. Entre as lideranças petistas, a ordem do domingo foi evitar polêmica, demonstrar respeito aos atos e manter a sensação de estabilidade. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), declarou que, apesar de os protestos serem menores [em relação a março], “não significa que a insatisfação com o governo diminuiu”.

Dilma acompanhou as manifestações no Palácio da Alvorada com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Jaques Wagner (Defesa) e Edinho Silva (Comunicação Social). Não houve entrevista coletiva sobre o assunto. Ao contrário de março, quando o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, provocou reações ao relativizar os atos e restringi-los a um setor da população que não votou na presidente em 2014.

Do outro lado, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), discursou no protesto que reuniu 6 mil pessoas em Belo Horizonte. O tucano citou que “não importa o tamanho da manifestação, porque a indignação é enorme” e disse que falava na qualidade de mais um “cidadão indignado”. Em São Paulo, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi tratado como candidato ao Planalto e voltou a defender a antecipação das eleições presidenciais – o que legalmente só pode acontecer neste momento por renúncia de Dilma ou cassação dela e do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), pela Justiça Eleitoral.

Em reação às manobras políticas de Dilma, manifestantes de diversas cidades também miraram Renan. Um dos coros puxados pelas 25 mil pessoas que se aglomeraram na frente do Congresso citava o senador como um “capacho do PT”. Um dos trios elétricos chegou a pedir um aplauso para a oposição, mas só arrancou palmas quando explicou que “os oposicionistas eram todos os brasileiros”.

Outro fato que uniu as manifestações foram homenagens ao juiz federal paranaense Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato; ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot; e as críticas ao ex-presidente Lula. Na capital federal, os manifestantes instalaram no gramado à frente do Congresso um boneco inflável do petista vestido de presidiário com 10 metros de altura, identificado pela numeração 13-171.

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