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“Os dados cobertos pelo sigilo coletados com autorização judicial e de conhecimento do Ministério Público Federal, em nenhum momento, incluiu ou revelou (sic) a participação da ministra Dilma Rousseff, do ex-ministro José Dirceu, do chefe-de-gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), do deputado ACM Júnior (DEM-BA), do ministro Roberto Mangabeira Unger na investigação da Satiagraha.”Protógenes Queiroz, delegado da PF, negando ter investigado autoridades | José Cruz/ABr
“Os dados cobertos pelo sigilo coletados com autorização judicial e de conhecimento do Ministério Público Federal, em nenhum momento, incluiu ou revelou (sic) a participação da ministra Dilma Rousseff, do ex-ministro José Dirceu, do chefe-de-gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), do deputado ACM Júnior (DEM-BA), do ministro Roberto Mangabeira Unger na investigação da Satiagraha.”Protógenes Queiroz, delegado da PF, negando ter investigado autoridades| Foto: José Cruz/ABr

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz rebateu ontem, em texto publicado em seu blog, a reportagem da revista Veja desta semana que o acusa de ter espionado ilegalmente autoridades dos três poderes, dentre as quais a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. No texto, Protógenes ataca a revista e diz que as informações contidas na reportagem são "mentirosas".

Protógenes nega que tenha investigado Dilma ou outros políticos citados na reportagem durante a Operação Satiagraha, que foi comandada por ele no ano passado. "Os dados cobertos pelo sigilo coletados com autorização judicial e de conhecimento do Ministério Público Federal, em nenhum momento, incluiu ou revelou (sic) a participação da ministra Dilma Rousseff, do ex-ministro José Dirceu, do chefe-de-gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), do deputado ACM Júnior (DEM-BA), do ministro Roberto Mangabeira Unger na investigação da Satiagraha", diz Protógenes no texto, citando políticos que a reportagem diz terem sido espionados clandestinamente pelo delegado da PF.

O delegado ainda chamou de "criminoso" o fato de a revista ter divulgado os nomes de dois agentes que participaram da Satiagraha. Os nomes foram citados pela Veja com base em documentos obtidos de uma investigação da PF que corre contra Protógenes, na qual ele é acusado de cometer abusos durante a Operação Satiagraha(nesta investigação, a PF apreendeu computadores e arquivos de Protógenes em sua residência). O delegado considerou "gravíssima" a divulgação de nomes de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

"Não é a primeira vez que estamos diante de fatos semelhantes publicados de forma bandida e irresponsável envolvendo situação anterior que provocou o desmantelamento do Sistema Brasileiro de Inteligência. E aqui fica uma pergunta: a quem interessou tal fato?", questiona Protógenes.

O advogado de Protógenes, Luiz Fernando Gallo, cobrou uma investigação sobre o vazamento de informações do inquérito que apura supostos abusos de seu cliente, que embasaram a reportagem de Veja. "Tem uma pergunta que precisa ser feita: se o meu cliente foi indiciado pelo vazamento de uma operação policial, eu quero saber quem vai apurar o vazamento do vazamento", afirmou Gallo.

A denúncia de Veja contra Protógenes pode servir inclusive à sua própria defesa na investigação que a PF está fazendo para apurar se o delegado cometeu abusos durante a Operação Satiagraha. Gallo disse ontem que o vazamento de detalhes do inquérito compromete a continuidade da investigação da PF, embora ele afirme que não pretende tomar medidas judiciais por causa da reportagem.

De Sanctis

Outro que ontem criticou a reportagem foi o juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto De Sanctis, responsável pelos processos da Operação Satiagraha. De acordo com De Sanctis, as denúncias são "imprecisas" e a investida de "parte de setores da imprensa" contra ele revela "desmedida e injustificada interferência na atividade jurisdicional". A reportagem de Veja sugere que De Sanctis trabalhou em "consórcio" com Protógenes durante a Satiagraha – o que foi negado pelo juiz.

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