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De saída

PSDB abandona o governo brasiliense

Cúpula nacional da legenda preferiu não determinar nenhum tipo de sanção a secretário distrital tucano acusado de estar envolvido no esquema de corrupção

“Os (secretários do PSDB) que não se afastarem (do governo Arruda) sofrerão sanções. (...) (Mas) não cuidamos ainda do diretório de Brasília.” Sérgio Guerra, senador por Pernambuco e presidente nacional do PSDB, explicando a decisão de sair do governo Arruda mas se esquivando de dizer o que será feito com o secretário tucano Márcio Machado, acusado de fazer parte do esquema | Antônio Cruz/ABr
“Os (secretários do PSDB) que não se afastarem (do governo Arruda) sofrerão sanções. (...) (Mas) não cuidamos ainda do diretório de Brasília.” Sérgio Guerra, senador por Pernambuco e presidente nacional do PSDB, explicando a decisão de sair do governo Arruda mas se esquivando de dizer o que será feito com o secretário tucano Márcio Machado, acusado de fazer parte do esquema (Foto: Antônio Cruz/ABr)

Brasília - Apontado como o elo tucano no esquema de arrecadação de caixa dois do governador José Roberto Arruda (DEM), o secretário de Obras do Distrito Federal, o tucano Márcio Machado, não deve sofrer nenhum tipo de punição de seu partido, o PSDB. Reunida ontem em Brasília, a executiva nacional do partido nem sequer avaliou a possibilidade de abertura de investigação interna ou processo no Conselho de Ética da legenda.

Apesar disso, o PSDB decidiu ontem entregar os cargos no governo Arruda. Assim, tornou-se o quinto partido a abandonar a gestão do democrata. As outras legendas que saíram do governo foram PPS, PSB, PDT e PV.

Acusação

Márcio Machado, que também é presidente da legenda no Distrito Federal, foi acusado por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais e pivô das denúncias do mensalão do DEM, de atuar pelos tucanos na coleta da propina e distribuição do dinheiro a aliados políticos.

Machado terá de deixar a gestão Arruda juntamente com os colegas de partido José Humberto Pires (secretário de Governo) e Valdivino Oliveira (Fazenda), segundo decisão unânime da Executiva Nacional tucana. "Os que não se afastarem sofrerão sanções", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Apesar de classificar as denúncias como "graves e que exigem apuração", Guerra evitou comentar o caso de Machado. "Não cuidamos ainda do diretório de Brasília."

Vice-presidente do PSDB, o deputado Edson Aparecido disse que o Conselho de Ética pode ser acionado se houver mais provas contra Machado. A expectativa da cúpula tucana é que ele anuncie seu afastamento da presidência do DF durante as investigações.

Aliança com o DEM

Sobre 2010, Guerra disse que a aliança com o DEM está mantida, classificando a crise no Distrito Federal de "episódio local". Já o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), mostrou irritação com o abandono do PSDB do governo do DF.

O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, José Serra (PSDB), repetiu que as acusações são gravíssimas, mas não se estendeu no assunto. Segundo ele, é preciso "ouvir os investigados, que têm direito de defesa".

Presidente do PPS é acusado de receber verba do esquema

Acusado de também ter se beneficiado do mensalão do Distrito Federal, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, afirmou ontem que vai entrar na Justiça contra a diretora comercial da Uni Repro Serviços Tecnológicos, Nerci Soares Bussamra.

Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, Nerci acusa o PPS de praticar chantagem e pedir propina para manter um contrato de R$ 19 mi­­­lhões com a Secretaria de Saúde do DF, comandada pelo deputado Augusto Carvalho, filiado ao PPS. Parte do dinheiro, segundo a acusação, teria sido destinada a Freire.

"Com tantas imagens contundentes no caso que passou a ser conhecido como ‘mensalão do Distrito Federal’ – numa paródia ao mensalão do PT –, não faltou quem aproveitasse a ocasião para tentar atirar a honra alheia na sarjeta’’, diz Freire em nota. O presidente do PPS afirmou ainda estar à disposição da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público e que suas contas também estão disponíveis.

"Minha vida pública não está à disposição desta senhora e de (Durval) Barbosa (ex-secretário de Relações Institucionais do DF), dono de uma ficha corrida da qual constam 37 processos judiciais.’’

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