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O PSDB do Paraná vai apoiar a reeleição do governador Roberto Requião e formalizar a aliança com o PMDB. Por cinco votos de diferença, o grupo liderado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, venceu ontem a convenção estadual do partido. Foram 205 votos a 200, diferença que derrotou o grupo que defendia o apoio informal à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo. Foram registrados também quatro votos nulos e quatro brancos.

Com a aliança, o PSDB fica com duas vagas na chapa majoritária. Hermas Brandão será candidato a vice-governador na chapa de Requião e o senador Alvaro Dias disputa a reeleição.

A pequena diferença expôs um partido dividido, que deve continuar assim até a eleição. A ala derrotada pretende fazer campanha para Osmar Dias mesmo com a aliança formal com o PMDB. Se a tese de apoio informal fosse vencedora, os defensores da reeleição do governador também já tinham adiantado que trabalhariam para Requião.

O presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, disse que perdeu "em pé", porque manteve a coerência e a mesma posição até o fim.

Hermas Brandão comemorou o resultado e disse que esperava uma disputa acirrada. Segundo Brandão, a aliança não representa apenas um palanque para o candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin (PSDB), único com chances de "acabar com a quadrilha que está no poder central e com o governo corrupto do PT", mas a próxima eleição municipal e a sucessão estadual de 2010.

Aliado ao PMDB, o deputado avalia que será aberto o caminho para o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). "O PMDB não vai lançar candidato a prefeito daqui a dois anos e Beto vai ganhar a reeleição. Ele é a maior liderança que o PSDB tem e vamos ganhar também o governo em 2010 com o Beto", disse.

O discurso do presidente do partido, Valdir Rossoni, foi na direção contrária. Rossoni lembrou que em 1985, Requião foi candidato a prefeito e ganhou a eleição com o apoio do governador José Richa, que pediu licença do cargo para fazer campanha. "Em 1990, Requião decidiu disputar a eleição para governador contra Richa e estraçalhou a vida dele. É esse Requião que estamos prestes a apoiar", disse.

O deputado destacou ainda que na última eleição presidencial, quando Rita Camata (PMDB) foi vice de José Serra (PSDB), Requião subiu no palanque do Lula. Citou ainda a eleição passada para prefeito de Curitiba em que o governador apoiou Ângelo Vanhoni (PT) contra Beto Richa.

O prefeito Beto Richa disse que vai avaliar a possibilidade de subir no palanque de Requião depois de ouvir as bases. Ele sinalizou que está mais propenso a fazer campanha informal para o senador Osmar Dias. Questionado sobre o impedimento legal, lembrou que na última eleição presidencial o governador fez o mesmo. "O PMDB usou esse artifício apoiando o Lula e contrariou as regras da verticalização", comparou.

O deputado federal Gustavo Fruet lamentou o resultado. Disse que vai fazer uma campanha "solo" e que o partido errou ao não construir um projeto alternativo de candidatura. Para Fruet, é uma ilusão acreditar que o PMDB vai apoiar a candidatura de Alckmin. Fruet disse ainda que no último domingo reafirmou sua disposição de concorrer a governador, mas Osmar Dias anunciou a candidatura no dia seguinte. Como havia o compromisso de Beto Richa de retribuir o apoio dado pelo senador na campanha de 2004, a candidatura própria foi inviabilizada.

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