O Conselho de Ética do PSDB negou ontem o pedido de adiamento por dez dias do julgamento do deputado Luiz Nishimori, ameaçado de expulsão do partido por não assumir uma postura de oposição ao governo do estado. O parlamentar, que está em viagem ao Japão junto com o governador Roberto Requião (PMDB), tem prazo até sexta-feira para apresentar sua defesa e no dia 11 de junho a executiva estadual define seu destino.
De acordo com o presidente do Conselho de Ética, deputado estadual Ademar Traiano, a viagem de Luiz Nishimori ao Japão foi um convite do governador Roberto Requião. "Não se trata de uma missão oficial e ele deveria estar aqui para se defender", disse.
Para o advogado do deputado, Paulo Roberto Ferraz, o julgamento é equivocado porque Nishimori é o coordenador das festividades dos 100 anos de imigração japonesa no Paraná e teria viajado junto com o governador para intermediar a entrega do convite à família imperial. "Além disso, a viagem já estava marcada com antecedência e o deputado só foi citado às vésperas de embarcar. Ele não usou a viagem para não se defender do processo. O PSDB é que usou isso para Nishimori não poder se defender", disse Ferraz.
O advogado vai argumentar que a resolução do PSDB determinando que o partido deve ser oposição ao governo não tem base legal porque não foi aprovada em convenção estadual.
Depois do parecer do Conselho de Ética, o pedido de expulsão será votado pelos 13 membros da executiva estadual. "A decisão final depende do colegiado, mas espero que não mudem a resolução", disse o presidente do PSDB do Paraná, deputado estadual Valdir Rossoni.
Rossoni defende que os outros três deputados estaduais que apóiam o governador Luiz Acorsi, Francisco Buhrer e Luiz Fernandes Litro sigam a mesma linha, além de todos os diretórios municipais. Os tucanos, segundo ele, têm que votar a favor de todos os pedidos de informações ao governo. A bancada tucana que apoia Requião pretende se reunir com o prefeito de Curitiba Beto Richa para discutir que posição devem adotar na Assembléia Legislativa. O prefeito foi um dos membros da executiva que aprovou a resolução para que o partido seja oposição, mas não tem se manifestado sobre o assunto.



