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Governistas esvaziam sessão de novo

Pelo segundo dia consecutivo, a bancada governista na Assembléia Legislativa esvaziou o plenário para impedir a aprovação de pedidos de informações da oposição. Em minoria, os aliados do governador inviabilizaram a votação de requerimentos sobre a compra de remédios pela secretaria de Saúde e as despesas da viagem da comitiva do governador Roberto Requião (PMDB) ao Japão.

Os deputados aprovaram os onze projetos de lei que estavam na pauta, mas na hora da votação dos pedidos de informações, apenas 26 parlamentares ficaram no plenário, dois a menos que o mínimo necessário. Desses, apenas cinco eram da base do governo.

Com parte dos aliados viajando para o Japão e para o interior do estado, o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli pretende repetir a manobra durante toda a semana. Para Romanelli, os requerimentos que esperam votação não são importantes. "Não há nada de errado na decisão do governador de puxar para si a liberação de compra de medicamentos", disse.

Para Leprevost, o argumento não convence. "Parece que o governo está fugindo para não responder."

O Conselho de Ética do PSDB negou ontem o pedido de adiamento por dez dias do julgamento do deputado Luiz Nishimori, ameaçado de expulsão do partido por não assumir uma postura de oposição ao governo do estado. O parlamentar, que está em viagem ao Japão junto com o governador Roberto Requião (PMDB), tem prazo até sexta-feira para apresentar sua defesa e no dia 11 de junho a executiva estadual define seu destino.

De acordo com o presidente do Conselho de Ética, deputado estadual Ademar Traiano, a viagem de Luiz Nishimori ao Japão foi um convite do governador Roberto Requião. "Não se trata de uma missão oficial e ele deveria estar aqui para se defender", disse.

Para o advogado do deputado, Paulo Roberto Ferraz, o julgamento é equivocado porque Nishimori é o coordenador das festividades dos 100 anos de imigração japonesa no Paraná e teria viajado junto com o governador para intermediar a entrega do convite à família imperial. "Além disso, a viagem já estava marcada com antecedência e o deputado só foi citado às vésperas de embarcar. Ele não usou a viagem para não se defender do processo. O PSDB é que usou isso para Nishimori não poder se defender", disse Ferraz.

O advogado vai argumentar que a resolução do PSDB determinando que o partido deve ser oposição ao governo não tem base legal porque não foi aprovada em convenção estadual.

Depois do parecer do Conselho de Ética, o pedido de expulsão será votado pelos 13 membros da executiva estadual. "A decisão final depende do colegiado, mas espero que não mudem a resolução", disse o presidente do PSDB do Paraná, deputado estadual Valdir Rossoni.

Rossoni defende que os outros três deputados estaduais que apóiam o governador – Luiz Acorsi, Francisco Buhrer e Luiz Fernandes Litro – sigam a mesma linha, além de todos os diretórios municipais. Os tucanos, segundo ele, têm que votar a favor de todos os pedidos de informações ao governo. A bancada tucana que apoia Requião pretende se reunir com o prefeito de Curitiba Beto Richa para discutir que posição devem adotar na Assembléia Legislativa. O prefeito foi um dos membros da executiva que aprovou a resolução para que o partido seja oposição, mas não tem se manifestado sobre o assunto.

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