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Cúpula tucana liderada por Aécio Neves acusou o ministro de usar as denúncias do metrô para desviar o foco do mensalão | Pedro Ladeira/Folha Imagem
Cúpula tucana liderada por Aécio Neves acusou o ministro de usar as denúncias do metrô para desviar o foco do mensalão| Foto: Pedro Ladeira/Folha Imagem

Acuado pelas denúncias de corrupção nas licitações do sistema de trens urbanos e do metrô de São Paulo, o PSDB decidiu ontem contra-atacar e pediu a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), convocou uma entrevista coletiva para rebater as denúncias e para pedir a exoneração do ministro – que encaminhou à Polícia Federal uma denúncia supostamente anônima no qual um ex-diretor da multinacional alemã Siemens apontaria envolvimento de tucanos no cartel que fraudou as licitações do sistema metroviário de São Paulo. Para o PSDB, ao fazer isso, Cardozo demonstrou motivação política de atingir os tucanos.

"Acho que ele [Cardozo] perdeu as condições de ser o coordenador dessas investigações como ministro da Justiça, pelo açodamento e omissão nesse processo", disse Aécio. "O PT faz um mal enorme para a democracia, ao fazer do poder sua razão de existir."

Outros tucanos foram mais contundentes e disseram que as denúncias envolvendo os tucanos paulistas foram lançadas para encobrir o caso do mensalão. Também compararam o imbróglio envolvendo o envio do dossiê à PF ao escândalo dos "aloprados". Nesse episódio, petistas teriam comprado um dossiê na eleição de 2006 para comprometer o candidato José Serra ao governo paulista. "A única diferença desse episódio para o caso dos aloprados é que esse caso envolve um deputado, um ministro e o presidente do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica]", disse Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara.

O parlamentar a quem Sampaio se referia é o deputado estadual Simão Pedro (PT), que teria levado a denúncia ao ministro Cardozo. Simão Pedro foi chefe do atual presidente do Cade, Vinicius Carvalho. O Cade, órgão do governo federal, é quem está investigando a formação do cartel.

Medidas

O PSDB informou que encaminhará uma representação à Comissão de Ética Pública da Presidência da República envolvendo Cardozo por causa do episódio. Também tentará convocar o ministro para depor na Câmara e no Senado e irá representar contra Cardozo no Ministério Público Federal por improbidade administrativa. Para os tucanos, o ministro não poderia encaminhar à PF um documento apócrifo, que ele teria recebido em casa e não oficialmente, no ministério.

Ministro rebate

Em resposta às acusações da cúpula do PSDB de que o caso do cartel do sistema metroviário paulista está sendo usado para encobrir os desdobramentos do mensalão, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, atacou os tucanos e afirmou "lamentar que uma investigação séria tenha se transformado numa disputa política e eleitoral".

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