O segundo maior bloco partidário da Câmara, formado antes da eleição da Mesa Diretora, foi desfeito nesta quinta-feira de forma consensual pelos partidos. O bloco, que durou nove dias, era composto pelo PSDB, PFL e PPS, com um total de 153 deputados. Na avaliação dos líderes, a criação e a extinção do bloco seguiram os critérios regimentais.
- Ele cumpriu seu objetivo, que era fortalecer os partidos por meio da distribuição proporcional dos cargos - disse o líder do PFL, deputado Onyx Lorenzoni (RS).
Para efeitos da eleição da Mesa e das comissões, o Regimento Interno considera a composição partidária do dia 1º de fevereiro - que tem vigência durante toda a legislatura. Assim, o bloco assegurou o direito a três cargos na Mesa.
A dissolução, segundo os líderes, já era programada, e portanto, não houve mal-estar, como afirma o líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC):
- Não faz sentido os partidos abrirem mão de terem lideranças próprias, pois cada um com o seu líder tem mais força.
- Voltamos a contar com a firme atuação de três líderes oposicionistas, o que reforçará bastante a oposição que pretendemos fazer ao Governo - destacou o líder da Minoria, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS).
O fortalecimento da oposição, entretanto, não significará uniformidade ideológica entre os partidos do bloco extinto, conforme explica Redecker:
- Será mantida a confluência de idéias, mas a intenção é agir de acordo com a identidade de cada partido, em sintonia no que diz respeito à atenção às medidas do governo.
Segundo o líder Fernando Coruja, "o que nos une é o fato de sermos três partidos na oposição; mas todos têm autonomia". Coruja alerta:
- Não vamos fazer oposição nervosa e atabalhoada.
Com a dissolução do bloco, o deputado Júlio Redecker foi indicado pelo PSDB como o novo líder da Minoria, em substituição a José Carlos Aleluia. Redecker defende o fortalecimento da oposição ao governo Lula.
