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Veja quem são os possíveis indicados à candidatura em 2010 |
Veja quem são os possíveis indicados à candidatura em 2010| Foto:

Declaração de Lula irrita PMDB paranaense

O presidente Lula (PT) criou um embaraçoso problema político no Paraná ao citar o senador Osmar Dias (PDT) e os ministros Paulo Bernardo (PT) e Reinhold Stephanes (PMDB) como aliados preferenciais para a disputa pelo governo do estado em 2010. No PMDB, o entendimento foi de que a declaração de Lula jogou o partido nos braços do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), um dos pré-candidatos ao Palácio Iguaçu.

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Movimentação é sinal de interesses conflitantes

A antecipação das discussões partidárias para 2010, a 20 meses da eleição, é vista por especialistas como um sinal de que o quadro político no Paraná é complexo e os interesses são conflitantes. "Se eles começaram a se movimentar, é porque o processo está complicado e bastante tenso", afirma o cientista político Renato Perissinotto, da UFPR.

A tensão está relacionada ao número elevado de partidos juntos numa mesma aliança – caso do grupo que reelegeu o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), um dos cotado para o Palácio Iguaçu. A aliança de reeleição de Richa envolveu cinco grandes partidos – PSDB, DEM, PDT, PPS e PP –, outras seis legendas pequenas e diversos interesses não necessariamente coincidentes. "A definição desse quadro envolve uma relação de tomá-lá-dá-cá que fica mais complexa quanto mais gente tem envolvida", argumenta o cientista político. Perissinoto lembra, porém, que muita coisa pode mudar até o ano que vem.

Na opinião do presidente do DEM no Paraná, deputado Abelardo Lupion, o quadro só será realmente definido no início de 2010. "O momento é de fortalecer o partido para tornar a legenda importante dentro da eleição e montar uma chapa completa. Os outros partidos vão fazer a mesma coisa agora." Já o PSDB decidiu ontem renovar os integrantes de 182 comissões provisórias do partido no interior do estado.

Caroline Olinda

O PSDB colocou ontem um pé para fora da aliança que mantém com o PDT do senador Osmar Dias desde as eleições de 2006. Em reunião realizada ontem em Curitiba, os tucanos decidiram que a legenda lançará, preferencialmente, candidatura própria ao governo do Paraná no ano que vem. Embora os líderes do partido neguem que essa resolução signifique um distanciamento da aliança, o fato é que ela torna evidente o desejo do partido de lançar um candidato próprio – o que conflita com os interesses de Osmar Dias, que já declarou não abrir mão da disputa.

"Deixamos claro que a candidatura própria é prioridade, mas o partido não exclui a hipótese de que, numa aliança, possa até apoiar outra candidatura, desde que seja mais forte do que as candidaturas do próprio PSDB", disse o senador Alvaro Dias, que já colocou seu nome à disposição do partido para a disputa ao governo. Ele defende a realização de pesquisas para definir quem disputará o cargo.

Além de Alvaro, outro nome cotado dentro do partido é o do prefeito de Curitiba, Beto Richa. Depois do sucesso na eleição municipal, Richa ficou se fortaleceu e haveria uma pressão do PSDB para que ele dispute o governo. O prefeito, no entanto, ainda não admite publicamente a possibilidade.

"Nós temos sentido que o desejo pela candidatura do prefeito Beto Richa surge da base", disse o presidente do PSDB no estado, deputado estadual Valdir Rossoni. "Há um apelo para que ele seja candidato, mas o prefeito acha que é muito cedo para discutir nomes. Primeiro é preciso construir alianças, para depois definir nomes."

A orientação de estabelecer a aliança e depois definir quem será o candidato choca-se com o desejo de Osmar Dias, que dificilmente abrirá mão da candidatura. "Osmar é candidato natural e legítimo", disse ontem o vice-presidente estadual do PDT, o deputado estadual Augustinho Zuchi. "Não dá para mudar isso dependendo das circunstâncias", completou ele, dando a entender que o pedetista não vai abrir mão da candidatura.

Se os tucanos optarem por lançar um candidato próprio, a aliança formada por PSDB, PDT, DEM, PPS e PP – que prometia ir unida até 2010 – fatalmente acabará e novos acordos partidários podem surgir. Uma das possibilidade para Osmar seria uma aliança com o PT. No domingo, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, o presidente Lula disse que Osmar Dias seria um nome que ele gostaria de ver numa aliança com o PT na disputa ao governo do estado. O senador aproveitou a declaração do presidente para cobrar do PSDB, e dos outros partidos do bloco, um posicionamento.

Apesar da cobrança de Osmar, o ex-ministro Euclides Scalco, um dos articuladores políticos do PSDB do Paraná, avisa que ainda não é hora de definições. "Ainda é muito cedo para uma definição desse quadro, mas defendo a tese de que eles (Alvaro Dias, Osmar Dias e Beto Richa) precisam se entender e caminhar juntos."

Democratas

O presidente estadual do Democratas (DEM), o deputado Abelardo Lupion, sinalizou ontem que deverá pressionar os tucanos para manter a aliança de 2006 e 2008. "Eu vou fazer todo o possível para que o que foi combinado seja cumprido. O que nós vamos tentar fazer é que o que foi combinado na pré-eleição seja cumprido. Graças a essa combinação, o Beto disputou praticamente sozinho a disputa", disse Lupion, que oficializou ontem a sua pré-candidatura ao Senado. Nos sonhos de Lupion, Osmar seria o candidato a governador, o PSDB indicaria o vice e ele seria o candidado da aliança ao Senado.

Apesar da determinação de Lupion em lutar pela manutenção da candidatura de Osmar ao governo, o posicionamento não é unanime dentro do próprio partido. Para o secretário-geral do DEM no Paraná, deputado estadual Élio Rush, ainda é cedo para decidir o candidato. "Os três nomes (Osmar, Alvaro e Richa) são bons. Temos de ver quem é o melhor."

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