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Alvaro Dias: “Elaborei a proposta no fim de semana” | Moreira Mariz/ Agência Senado
Alvaro Dias: “Elaborei a proposta no fim de semana”| Foto: Moreira Mariz/ Agência Senado

Senado

Tucano propõe projeto de fiscalização das contas da CBF e das federações

Agência Estado

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou ontem uma proposta para estabelecer mecanismos de fiscalização dos gastos com o futebol. O projeto de lei propõe ainda a punição de cambistas, com pena de até cinco anos de prisão.

A proposta surge uma semana após o governo partir para o confronto com a Confederação Brasileira do Futebol (CBF) e sugerir uma "intervenção indireta" na entidade, sugestão que partiu do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. A afirmação foi alvo de críticas da oposição, especialmente do candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, que acusou o governo que querer criar a "Futebrás". Em seguida, Aldo recuou de sua fala.

Segundo Alvaro Dias, o conteúdo não foi discutido com o PSDB. "Elaborei a proposta no fim de semana, depois de saber que os jogadores teriam milhões divididos entre si como recompensa pelo quarto lugar. A maior recompensa deveria ser a convocação para integrar a seleção, não valores em dinheiro", afirmou o senador.

Além da CBF, a proposta abrange as federações estaduais de futebol, que passariam a ser obrigadas a dar publicidade aos contratos. O texto propõe ainda que as entidades encaminhem anualmente suas contas para o Tribunal de Contas da União (TCU) e informem à autoridade monetária operações financeiras no exterior.

Quem descumprir as exigências ficaria sujeito à suspensão de benefícios que a CBF e filiados recebem dos governo federal ou estaduais, e poderia ter também as transferências dos recursos de loterias federais bloqueados.

Protocolado ontem, o texto ainda precisa começar a tramitar. Na sexta-feira, os parlamentares entram em recesso e a apreciação ficará adiada para depois das eleições.

Menos de 24 horas depois do encerramento da Copa do Mundo do Brasil, o PSDB voltou a atacar o governo federal por causa da realização da competição no país. Ontem, o Instituto Teotônio Vilela, braço de formulação política dos tucanos, divulgou uma análise contestando a boa avaliação feita pelo governo da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).

Para o instituto, os bons resultados da Copa não se devem a ações do governo, mas "ao esforço de milhares de brasileiros, à simpatia e hospitalidade de outros tantos e à participação de diversas esferas de governo espalhadas em 12 cidades-sede". "Querer atribuir-se senhor absoluto deste êxito, como tenta fazer o governo federal, é gol de mão", diz a análise. "Pior ainda é tentar, usando todos os seus poderosos instrumentos de propaganda, decretar no grito que tivemos a ‘Copa das Copas’. Entre uma bela Copa e uma Copa perfeita, vai distância tão grande quanto a que separa o futebol vencedor jogado pelos alemães da bolinha batida pela seleção do agora ex-técnico Luiz Felipe Scolari."

Os tucanos dizem ainda que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa em outubro de 2007 e que, nesses quase sete anos, não cumpriu o que prometeu. Segundo o instituto, um mês antes do Mundial, só 10% das obras de mobilidade foram concluídas e só 53% dos 167 compromissos assumidos em 2010 foram finalizados a tempo. Além disso, os custos teriam sido maiores do que o previsto.

"Cabe agora explicar à população os motivos de ter feito tanto esforço para bem atender o público internacional durante 32 dias de festa e não exibir a mesma dedicação cotidiana para tornar o dia a dia de 200 milhões de brasileiros melhor. O fim dos jogos é só o início desta prestação de contas", destaca o instituto tucano.

Também houve críticas à presença de Dilma na final entre Alemanha e Argentina. "Dilma Rousseff praticamente se livrou da taça ontem na cerimônia de premiação da campeã Alemanha, na tentativa de evitar vaias e apupos. Mesmo levando três segundos para passá-la às mãos do capitão Philipp Lahm, não conseguiu. Com a mesma velocidade, o governo petista quer agora dar um jeito de virar a página da Copa do Mundo, decretando seu sucesso absoluto. Devagar com o andor: política, como futebol, não se ganha no grito. A ‘Copa das Copas’ não aconteceu", diz o instituto tucano.

Os tucanos dizem que o ponto positivo do Mundial foi o que ocorreu dentro das quatro linhas dos gramados, sucesso decorrente "do futebol organizado, planejado e globalizado jogado pela maior parte das 24 seleções [na verdade foram 32] que vieram disputar a taça".

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