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A dois meses do fim do prazo de filiações para aqueles que pretendem se candidatar nas eleições municipais do próximo ano, uma batalha de bastidores corre na Câmara Municipal de Curitiba. Vereadores estão se movimentado para se aproximar cada vez mais do prefeito Beto Richa, tentanto entrar no PSDB e pegar "carona" na popularidade do prefeito. Mas os vereadores tucanos estão fazendo um "bloqueio" para o ingresso de novos colegas na legenda. Eles não aceitam mais nenhum parlamentar no ninho tucano.

O PSDB elegeu em 2004 quatro vereadores. Hoje, já conta com nove, constituindo a maior bancada da Câmara, formada por 38 vereadores. Pela legislação eleitoral, depois de 30 de setembro, aqueles que mudarem de partido não podem se candidatar no ano seguinte. Até lá, várias mudanças de legenda devem ocorrer na Câmara.

Apesar de não assumirem publicamente, Luiz Felipe Braga Côrtes (sem partido), Mestre Déa (sem partido), Jair Cézar (PTB) e o vereador licenciado Manassés Oliveira nutrem desejo de migrar para o PSDB. Eles apostam na reeleição de Beto e na boa votação que o partido pode fazer em função da popularidade deo prefeito. "Pretendo ir para um partido da base dele, com certeza. Mas estou esperando as coisas se acomodarem para decidir em qual me filiar", disse Braga Côrtes, eleito pelo PMDB, que neste ano saiu do partido pelas divergências entre o governo do estado e a prefeitura. Como sempre votou com o prefeito, Côrtes ficou em uma situação delicada dentro do partido.

Manassés, que se licenciou da Câmara em maio para integrar a equipe de secretários de Richa, chegou a ser anunciado como novo filiado tucano há duas semanas, em mensagem eletrônica enviada pela Força Sindical, da qual ele faz parte. Mas a filiação ainda não foi concretizada.

Um número grande de vereadores que saiam candidatos pela mesma legenda pode prejudicar a reeleição de outros que se "mudaram" para o PSDB no meio do mandato. É o caso de Dona Lourdes, que foi eleita pelo PSB com 6.438 votos e Serginho do Posto, que se elegeu pelo PPS com 6.500 votos. A última eleita pelo PSDB, Nely Almeida, fez 8.373 votos e a expectativa é de que o partido eleja de oito a dez vereadores. "Nada contra nossos colegas, que inclusive votam com o prefeito. Mas o medo é de perdemos a vaga. Podemos perder espaço com vereadores que fizeram mais de 8 mil votos na última eleição", diz o líder do prefeito, Mário Celso Cunha (PSDB).

Os vereadores tucanos estão firmes na decisão de fechar as portas do partido. Dois documentos foram assinados por eles na Câmara para não aceitar mais nenhum vereador na legenda: um no dia 4 de junho e outro no dia 27. Inclusive o presidente da Câmara Municipal, João Cláudio Derosso, presidente do diretório municipal, assina os documentos, que foram enviados ao prefeito. "Todo mundo quer fazer parte de um porto seguro e hoje esse porto seria o PSDB", diz Derosso.

O bloqueio não vale, porém, para pré-candidatos sem mandato. É o caso do ex-vereador Jotapê e da cantora evangélica Mara Lima, recentemente filiados, sem restrições dos vereadores.

Mas os postulantes correm por outro lado. O prefeito Beto Richa já ouviu alguns desses aliados que se declararam com vontade de entrar no partido. Richa nega que haja pedidos para que ele intervenha e consiga filiação de vereadores. Assume que existe uma divergência interna dentro do partido e que uma ala defende que o PSDB não aceite mais nenhum parlamentar municipal. Mas Beto diz que não faz parte dessa ala. "Por mim, esses vereadores são todos bem-vindos. Já fazem parte da nossa base de apoio há muito tempo, em uma aliança antiga que extrapola o PSDB", disse Beto Richa.

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