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A cúpula tucana se reúne em Nova York nesta quarta-feira para discutir uma estratégia eleitoral que faça frente à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro. O que já está decidido é que o PSDB quer ir atrás do que chama de eleitor "eventual" de Lula - aquele que votou no petista apenas uma ou duas vezes nas últimas quatro eleições presidenciais, como explicou nesta terça-feira o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.

- Nós estamos dividindo o eleitorado em três grupos bem distintos - afirmou Aécio a jornalistas na sede da Embaixada do Brasil em Washington, onde está em visita para assinar empréstimos de órgãos multilaterais para seu estado.

- O primeiro é o que chamamos eleitores tradicionais do Lula, eleitor que nas últimas quatro eleições votou nele três ou quatro vezes. Representa um terço do eleitorado - afirmou Aécio, baseado em pesquisas do instituto Vox Populi, de Marcos Coimbra.

Outros 30% do eleitorado, disse o governador, não votaram em Lula nenhuma vez na últimas quatro eleições.

E justamente no grupo do meio, dos 40% restantes que votaram em Lula apenas uma ou duas vezes, que o PSDB deve focar sua ação para a alavancar a candidatura do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

O encontro será entre ele, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O governador mineiro disse que "é claro" que todos os tucanos gostariam que Alckmin estivesse com o dobro do que mostra nas pesquisas (em torno de 20% contra os mais de 40% de Lula).

Mas, para Aécio, a candidatura do ex-governador tem grande potencial de crescimento porque as pesquisas indicam que somente 65% do eleitorado tem conhecimento da candidatura do tucano, enquanto 99% dos eleitores conhecem o presidente Lula.

- Quanto maior o conhecimento do candidato Alckmin, maior é a intenção de voto nele. Isso não ocorre em relação ao presidente Lula - afirmou.

Para arrebanhar esse eleitor do "meio", Aécio acredita que o PSDB deve se concentrar na capacidade de gestão e na experiência da equipe que Alckmin traria para o governo, já que o presidente Lula terminaria seu mandato "com seu grupo político desconstruído, solitário".

- Não há mais espaço para messianismo. (...) Não vamos produzir um candidato mais carismático, mas vamos ter um candidato sério, com resultados muito concretos em São Paulo - afirmou.

- O Lula, para vencer essa eleição, o que é uma possibilidade, terá que ser muito diferente do Lula de dez milhões de empregos, do Lula que ia acabar com a miséria do Brasil, das três refeições por dia, esse tipo de discurso - disse Aécio.

Ele desconsiderou a hipótese da atual crise de segurança em São Paulo vir a ser explorada na campanha contra Alckmin, já que a questão é de responsabilidade tanto estadual quanto federal.

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