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A presidente do PSOL, Heloísa Helena, apresentou nesta quinta-feira (18) duas representações para serem levadas ao Conselho de Ética contra os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

No caso do parlamentar tucano, a representação pede que Azeredo tenha o mandato cassado pelo suposto envolvimento com o esquema de arrecadação ilegal de recursos para a campanha de 1998 ao governo de Minas Gerais, na qual ele era candidato.

O PSOL também argumenta que Azeredo mente e, por isso, estaria quebrando o decoro quando afirma que desconhecia as possíveis ilegalidades apuradas pela Polícia Federal. "Ele nega. Como negou, é porque não aconteceu nada. É tudo uma fantasia. Ele se colocar como vítima. Mas a Polícia Federal diz outra coisa. Isso é quebra de decoro", disse o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ).

O Senado já rejeitou uma representação do PSOL contra o senador Gim Argelo (PTB-DF), que era acusado de envolvimento em esquema de desvio de recursos públicos. A Mesa Diretora entendeu, por maioria, que o Conselho de Ética não pode tratar de denúncias de fatos que aconteceram antes do exercício do mandato. O mesmo pode acontecer com esta denúncia contra o parlamentar mineiro.

Azeredo nega as acusações. Afirma que a contabilidade da campanha era de responsabilidade do tesoureiro Cláudio Mourão e que desconhecia qualquer operação ilegal da área financeira. A Polícia Federal confirmou, por meio de perícia, que Mourão fez uma lista de políticos mineiros beneficiados com recursos de caixa dois em 1998, operados pelo empresário Marcos Valério. Ainda de acordo com a PF, o esquema foi irrigado com recursos públicos, de estatais do governo mineiro.

Renan

O PSOL também ingressou na tarde desta quinta com a representação número seis contra o presidente licenciado da Casa. A denúncia se fundamenta em reportagem do jornal "O Estado de São Paulo", que aponta a suposta liberação de recursos a partir de emenda do parlamentar para obras sem execução e supostamente realizadas por uma empreiteira "fantasma".

O contrato teria sido firmado para a construção de moradias na cidade de Murici (AL), cujo prefeito é o filho do senador, Renan Calheiros Filho (PMDB).

Esta será a quarta representação que o partido comandado por Heloísa Helena ingressa contra Renan Calheiros desde o final de maio. Na primeira, Renan era acusado de pagar despesas pessoais com recursos do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Junior. O peemedebista foi absolvido em plenário.

O PSOL também é responsável pela representação número dois, que acusa Renan de tráfico de influência, e número quatro, que trata do suposto envolvimento do senador com esquema ilegal de arrecadação de recursos em ministérios comandados pelo PMDB.O Democratas e o PSDB também ingressaram com outras duas representações, que já tramitam no Conselho de Ética.

O relator da representação número cinco, em que Renan é acusado de espionar senadores de oposição, pode ser indicado ainda nesta semana pelo presidente do órgão disciplinar, Leomar Quintanilha. "Ainda não tenho nomes. Mas o nosso trabalho começa a se complicar. Somos apenas 15 parlamentares no Conselho de Ética e todas representações precisam ser analisadas da mesma forma. Vou aguardar o posicionamento da Mesa para falar sobre essas novas [representações]. Estão banalizando as representações", criticou.

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