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O PSOL lançou neste sábado o nome da senadora Heloisa Helena à presidência da República e do sociólogo César Benjamin como vice na chapa. Num discurso emocionado em que não conseguiu segurar as lágrimas, a senadora Heloisa Helena (AL), candidata do PSOL à Presidência da República, disse que vai tentar ultrapassar o tucano Geraldo Alckmin e que, se cada um eleitor dela conseguir mais dois votos, será possível conseguir a façanha. Heloisa criticou o uso eleitoreiro do programa Bolsa Família e voltou a reafimar que não vai aceitar recursos de empresários para sua campanha.

Heloisa disse que escolheu a região da Serra da Barriga, onde funcionou o Quilombo dos Palmares, para oficializar sua candidatura em homenagem àqueles que não se renderam nunca.

- A opção de ser aqui é um tributo às mulheres e homens que não se renderam, não se acovardaram e que lutaram pelo sonho de liberdade - disse.

Alagoas, onde se realiza a convenção, é a terra natal de Heloísa Helena. A região, onde Zumbi dos Palmares instalou o Quilombo dos Palmares, símbolo maior da luta contra a escravidão no Brasil, foi escolhida pelo aspecto simbólico, segundo o PSOL.Os conflitos entre sem-terra e fazendeiros são comuns na região.

Segundo ela, seu partido precisa chegar ao Palácio do Planalto para descobrir "a chave que tranca a favela do Brasil" e as desigualdades. Heloisa disse ter consciência de que será uma campanha difícil e que o partido vai enfrentar a estrutura do poder político do capital, "estrutura que ousa pensar que é dono da mente e dos corações de todos nós".

- Que nós possamos levar a memória de muitos que lutaram antes de nós - disse.

Em seu discurso, Heloisa lembrou não só de Zumbi dos Palmares como de outros brasileiros que foram torturados, como seu vice Cesar Benjamim, vítima da ditadura. E voltou a dizer que não aceitará dinheiro de grupos econômicos.

- Não aceitaremos dinheiro nenhum do poder econômico. O Brasil precisa construir alternativas às propostas farsantes do PT e do PSDB - disse.

Na convenção, foram soltas pombas brancas simbolizando a paz e cantado um jingle para a campanha. "Combativa, radical, Heloisa presidente nacional", gritavam os militantes. Chorando durante todo o discurso, Heloisa ficou ainda mais emocionada ao receber colegas da universidade em que trabalhava em Alagoas.

Em seu discurso, Cesar Benjamin disse que o Brasil que inspira o PSOL é "o Brasil de Palmares". Segundo ele, esse é "o Brasil do futuro".

- Essa nação se constrói com símbolos e o maior símbolo do país é Zumbi - disse.

O presidente do PSTU, José Maria de Almeida, que também participou da convenção, defendeu a estatização de bancos e de antigas empresas públicas e o não pagamento da dívida externa.

Por causa do tempo ruim, o partido transferiu a realização da convenção nacional da Serra da Barriga, onde funcionou o quilombo dos Palmares, para a praça central da cidade de União dos Palmares.

Heloisa Helena chegou pouco depois das 13h, e foi recebida pelo grupo Matriz Africana, que entregou à candidata um colar de contas de búzios para dar sorte. O evento reuniu cerca de 800 pessoas, representantes de vários estados, como o ex-deputado Milton Temer, candidato ao governo do estado do Rio, os deputados Ivan Valente (SP) e Luciana Genro (RS).

Uma das faixas que mais chamam atenção na praça é uma que exalta a Bolívia e a política do presidente Evo Morales, com a frase: "Viva a luta do povo boliviano por uma América Latina livre do imperialismo".O coordenador nacional da campanha do PSOL, Martiniano Cavalcanti, disse que o partido estabeleceu como limite de arrecadação R$ 10 milhões, e que o partido ó vai aceitar doações feitas por pessoa física.

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