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Delúbio foi acusado de recolher R$ 55 mi­lhões em  "recursos não contabilizados" | Antônio Cruz/ABr
Delúbio foi acusado de recolher R$ 55 mi­lhões em "recursos não contabilizados"| Foto: Antônio Cruz/ABr

Pivô do escândalo do mensalão, Delúbio Soares foi reintegrado ontem ao PT por maioria de votos dos integrantes do diretório nacional do partido. Ele obteve 60 votos a favor da anistia, 15 contrários e duas abstenções. Delúbio foi expulso em 2005, quando a direção petista acabou dizimada no maior escândalo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, Delúbio foi acusado de recolher R$ 55 milhões em "recursos não contabilizados" e distribuí-los para políticos e assessores.

O retorno de Delúbio ao PT foi um prêmio dado pelos integrantes do diretório nacional do partido à fidelidade do ex-tesoureiro, que jamais abriu a boca para fazer qualquer crítica aos dirigentes que defenderam a sua expulsão. Ele não fez qualquer revelação a respeito das operações bancárias irregulares fechadas em nome da direção do PT com o empresário Marcos Valério, do caixa 2 nas eleições de 2002 e de 2004 e da distribuição de dinheiro para parlamentares que votavam em projetos de interesse do governo.

Desde a expulsão, Delúbio portou-se como se fosse um soldado petista. Não abandonou nem a estrela. Criou uma revista, chamada de Companheiro Delúbio, na qual fez sua defesa e exibiu-se ao lado do símbolo máximo do PT. Em 2009 tentou voltar ao partido, mas o então presidente Lula impediu o retorno, com medo de que o ato contaminasse a eleição presidencial de 2010 e atrapalhasse a vitória de Dilma Rousseff.

Agora, passada a votação e garantida a eleição de Dilma, Lula deu aval à volta de Delúbio. Achava, porém, que o assunto poderia ser examinado depois do julgamento do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para 2012.

Delúbio volta ao partido, mas por baixo, pelo menos por enquanto. Ele não deverá ter cargo importante num primeiro momento. Ainda é o principal réu do processo do mensalão. A volta do tesoureiro reforça um movimento do PT de esvaziamento do escândalo.

Sinal político concreto em prol da contestação do processo do mensalão foi dado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o governo, ele disse que sua principal missão, a partir de janeiro de 2011, seria mostrar que o mensalão "é uma farsa". E nessa trilha, lentamente, réus que aguardam o julgamento estão recuperando forças políticas, ocupando cargos importantes na Esplanada e, agora, no partido.

Delúbio tem a pretensão de ser candidato a vereador em Goiânia, no ano que vem, mas nem isto está garantido, porque poderá ser pego pela Lei da Ficha Limpa.

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