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Os mais de 900 delegados do 3º Congresso Nacional do PT aprovaram por unanimidade a adesão do partido ao plebiscito que pode decidir pela reestatização da Companhia Vale do Rio Doce, privatizada em maio de 1997 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Duas teses pedindo a adesão do PT ao movimento pela reestatização da Vale foram apresentadas no Congresso. A primeira pela corrente trotskista radical O Trabalho, que detém 1% do partido, e a segunda pela secretaria sindical, comandada pelo ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores, João Felício.

Nenhum integrante do ex-Campo Majoritário se dispôs a tentar derrubar a proposta, o Trabalho retirou sua tese em favor de Felício e a adesão foi acolhida por unanimidade do plenário, aos gritos de "partido, partido, é dos trabalhadores".

- O governo passado fez uma fraude ao vender a Vale por R$ 3,3 bilhões. Hoje a empresa vale R$ 90 bilhões - disse Felício ao defender a tese.

Usando termos como "capitalistas safados", a representante de O Trabalho Misa Boito comparou a reestatização da Vale com a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de não renovar a concessão para a RCTV.

- No congresso de São Paulo ouvi companheiros da corrente majoritária defenderem com orgulho o que ocorre na Venezuela, Bolívia e Equador. Quando apresentamos a tese do plebiscito alguns disseram "os mercados vão reagir". Eles vão reagir mas é possível resistir. Foi o que aconteceu com a não renovação da concessão da RCTV na Venezuela. Todo o imperialismo veio para cima (de Chávez) mas as forças populares resistiram, inclusive com o apoio do PT- disse Misa.

O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, que comandava a mesa, deixou claro que a decisão diz respeito apenas ao partido e não ao governo.

- O partido não está se pronunciando sobre qual é a postura do governo - esclareceu Pomar.

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