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O 13º Encontro Nacional do PT aprovou, no início da noite deste sábado, com a inclusão de 33 emendas, o texto sobre as Diretrizes do Programa de Governo, originalmente apresentado pela Comissão Executiva Nacional do partido. O texto final, com todas as alterações, será publicado no site do PT nos próximos dias. Todas as emendas apresentadas foram aprovadas por consenso entre as várias tendências do partido, sem necessidade do voto em plenário, e não alteraram fundamentalmente o conteúdo da proposta original.

Isso só não ocorreu com duas emendas apresentadas por Misa Boito e Markus Sokol, da tendência de esquerda O Trabalho, que tiveram de ir à votação. A primeira pedia a ruptura com o Mercosul, sob o argumento de que o tratado seria apenas uma espécie de "Alca ligth", ou seja, serviria aos interesses americanos tanto quanto a Área de Livre Comércio das Américas, que é defendida pelos EUA e rejeitada pelo governo brasileiro.

A segunda pedia o fim do superávit primário e o rompimento com os compromissos da dívida externa, porque "sangram" a população, "esmagam" os orçamentos públicos e "sacrificam" programas sociais. O deputado Doutor Rosinha (PT-PR) defendeu o Mercosul. Disse que o tratado tem o objetivo estratégico de inserção da América do Sul na economia mundial e que não está circunscrito às relações comerciais entre os países-membros, mas na geopolítica internacional.

Já o deputado José Pimentel (PT-CE) citou dados positivos da política econômica do governo Lula para criticar a proposta relativa ao superávit e à dívida.

- O Brasil já deu o calote na dívida interna e nós sabemos quem pagou aquela conta - lembrou, citando o confisco do governo Collor.

Na votação por contraste, o plenário derrotou as duas emendas por ampla maioria. Também neste sábado foram colocadas em votação cinco emendas no texto de conjuntura e tática política. Três emendas acabaram incluídas sem maiores discussões e as outras duas - sobre as empresas Varig e Vale do Rio Doce - deram origem a propostas alternativas.

No caso da Varig, texto assinado pela maioria das tendências propunha que o governo continuasse buscando "todas as alternativas" para o não fechamento da empresa e a manutenção de seu controle sob capital nacional. Já a tendência O Trabalho propôs a estatização como "única solução" para os trabalhadores da companhia e os interesses do Brasil. Ganhou a primeira proposta, também por larga maioria.

Já a questão da Vale do Rio Doce dividiu o plenário. A deputada Doutora Clair (PT-PR) propôs que o partido desencadeasse uma campanha pela anulação da privatização da empresa - já que recente decisão judicial pôs em xeque a lisura do processo de venda, levado adiante pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em 1997. Em contraposição, o presidente Ricardo Berzoini disse que não havia "condições políticas" para isso e sugeriu que o partido se limitasse a acompanhar de perto o processo judicial. Na contagem voto a voto, venceu a proposta de Berzoini por 358 a 305.

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