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Um documento preparado pela direção do PT, para ser aprovado pelos delegados da base durante o Encontro Nacional do partido, que acontece nesta sexta-feira, propõe a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um objetivo para "barrar a contra-ofensiva da direita e dos setores neoliberais", que estariam alinhados com "os interesses dos Estados Unidos e do sistema financeiro internacional".

A "hegemonia conservadora" na sociedade brasileira, segundo o documento petista, teria sido fator importante no fraco desempenho do PT nas eleições municipais, na onda de denúncias contra o PT e o governo e até na escolha de Geraldo Alckmin como candidato do PSDB à Presidência, superando José Serra.

"As forças neoliberais querem recuperar o controle do governo federal, retomando a repressão contra os movimentos sociais, a submissão aos interesses norte-americanos, a ideologia e a prática do estado mínimo e das privatizações", diz o documento.

"Frente a isto, o 13º Encontro Nacional estabelece como objetivos táticos centrais: vencer as eleições presidenciais, impedindo que os neoliberais reconquistem o governo federal; e ampliar a força do PT e das forças democráticas e populares, criando uma das condições necessárias para realizar a transição do modelo econômico e social", acrescenta o texto.

O último encontro nacional do PT foi realizado em Recife, em 2001, selando a aliança do partido com o PL para as eleições presidenciais, consolidando a hegemonia do grupo liderado por Dirceu e dando poderes a Lula para definir a organização de sua campanha, inclusive a polêmica contratação do publicitário Duda Mendonça.

O documento que deve ser aprovado ao final do encontro, no domingo, faz uma autocrítica das decisões de Recife e de seus desdobramentos ao longo do governo Lula, como o financiamento dos aliados PL, PTB, PP e parte do PMDB.

"Temos que reconhecer que nossa postura crítica frente à influência do 'poder econômico' não nos livrou de cometer erros importantes", diz o documento, elaborado pela direção do partido.

"Esses erros vão desde a contratação, pela direção nacional do PT, de 20 milhões de reais em shows, apenas para a campanha de 2004, até a promiscuidade com personagens que funcionavam como 'caixas de campanha' para o PSDB", acrescenta o texto, numa referência ao publicitário Marcos Valério, pivô do escândalo.

Mesmo apontando os "erros" do passado e condenando a prática do caixa dois, o documento não chega a propor uma nova política de financiamento eleitoral.

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