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O presidente estadual do PT, deputado federal eleito André Vargas, está se reunindo com membros do partido para analisar os rumos petistas a partir de 2007. A grande análise feita por ele até agora é a de que PT e PMDB precisam um do outro tanto estadual quanto nacionalmente. "Essas eleições mostraram, de forma árdua, mas com amadurecimento, que os dois partidos têm de estar coesos, disputando eleições de forma respeitosa e se apoiando no segundo turno, onde houver, tendo diplomacia e relação institucional. As lições levaram para uma maior aproximação", afirmou Vargas. Para que a união permaneça, segundo ele, é necessária uma agenda de apoio do governador Roberto Requião (PMDB) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "E essa agenda tem de ser propositiva. As posições não podem ser irrestritas, pois assim há menos coesão partidária dos dois lados".

André Vargas afirmou que Requião é, de fato, amigo de Lula, mas que isso não basta para que petistas e peemedebistas atuem em parceria. "É preciso mais do que amizade. Na política, é preciso correlações de forças. O Requião tem de pôr o peso do seu governo e suas estratégias políticas a favor do presidente da República", analisou o parlamentar, lembrando que o governador paranaense poderia interferir mais junto à bancada de deputados federais do PMDB do Paraná para que apóiem Lula. "O governador tem de querer fazer valer essa vontade junto aos deputados".

O senhor disse que PT e PMDB precisam um do outro no Paraná e no Brasil. Como trabalhar para que isso continue ocorrendo?

Fazer o melhor para o Paraná tem de ser a meta dos dois lados. O ideal é que haja uma boa relação da bancada federal paranaense com o governo do estado, com o governador Roberto Requião. É importante haver mudanças e inovações no relacionamento com a bancada. Vamos ver se alguns deputados federais eleitos que são próximos ao governador conseguem convencê-lo da importância disso. E o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem pedido e dito que gostaria de ver o Requião articulando mais nacionalmente.

Falando agora de Assembléia Legislativa. O PT diminuiu o número de deputados estaduais, o PMDB aumentou muito e o governo tem a maioria na Casa. Mas a oposição está mais raivosa para a próxima legislatura. O governo do estado terá mais dificuldades a partir de 2007?

Sim. Haverá mais oposição ao Requião em 2007. E as eleições mostraram, principalmente a ele, que não basta apenas a base de apoio votar a favor. É necessário também que a base faça política para o governo, na sociedade, trabalhando.

O PT terá candidato para prefeito de Curitiba em 2008?

Com certeza. Todo partido grande tem de ter candidato encabeçando chapa, principalmente nas cidades onde há segundo turno.

Quem seria o candidato petista?

O PT tem alternativas. Há o próprio deputado federal eleito Ângelo Vanhoni, que já disputou o cargo duas vezes, o também deputado federal Dr. Rosinha e a Gleisi Hofmann, que mostrou força e aceitação nessa eleição.

O PMDB também pretende lançar candidato. Isso não atrapalharia a boa relação dos dois partidos?

Não. Tem de existir respeito e disputa leal. E nos municípios com dois turnos, estarem unidos no segundo turno, caso um deles não passe do primeiro. Para isso, os partidos têm de sentar e conversar.

E para 2010, como o PT está pensando?

Está longe. Mas 2010 depende de 2008. Temos de ver como passaremos as eleições municipais e analisar os resultados e decidir.

Mas o PT pensa em lançar novamente um candidato ao governo do Paraná?

Claro. Temos e vamos lançar. Somos um partido que tem o presidente da República. Não podemos abrir mão de ter candidatos a prefeito e governador.

E quais os nomes fortes do PT para o governo do estado?

Há o Paulo Bernardo, que é um excelente quadro técnico, o Jorge Samek, o senador Flávio Arns e a Gleisi Hoffmann. O PT tem nomes, mas vai ser 2008 o ano determinante.

O PT terá novamente um nome para a disputa da Presidência da República. Quem seria essa pessoa, uma vez que não se vê um sucessor para o Lula?

Hoje os nomes mais cotados são o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, e o ministro Tarso Genro. E há ainda o senador Eduardo Suplicy, que já demonstrou vontade anteriormente. Mas nós não temos problemas para resolver isso. Formamos um partido democrático, onde há eleições. Já o PSDB e o PFL têm problemas, uma vez que há dois querendo a vaga de candidato a presidente da República: o Aécio Neves (governador de Minas Gerais) e o José Serra (governador eleito de São Paulo), ambos do PSDB.

O governador Roberto Requião tem condições de ser candidato a presidente da República?

Condições tem. Possui uma postura mais à esquerda e está no terceiro mandato como governador. Mas vai depender da política adotada pelo PMDB e de quem vai conseguir unir o PMDB em torno de algum nome.

Ele seria um bom candidato a vice-presidente em uma chapa com o PT?

O Requião não nasceu para ser vice, mas sim, titular, até pelas características pessoais dele. Acho difícil ver o Requião vice. Mas o Requião tem de começar é a tentar ser um líder para reunir os aliados do PMDB e do PT no Paraná.

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