• Carregando...
Lula: PAC 2 é para que sucessor não acabe com o programa | Adriano Machado/AFP
Lula: PAC 2 é para que sucessor não acabe com o programa| Foto: Adriano Machado/AFP

Os ânimos entre petistas e tucanos em torno da sucessão presidencial continuaram a se acirrar ontem – dando um novo indicativo de que a campanha eleitoral deste ano será "pesada". Tanto o PT quanto o PSDB vêm usando a estratégia do "morde e assopra", utilizando dirigentes nacionais para criticar os adversários de forma grosseira enquanto as "estrelas" dos partidos – no caso, o presidente Lula e o pré-candidato tucano José Serra – pedem moderação e dizem que não vão entrar na baixaria eleitoral.Ontem, quem usou a estratégia foi o PT. A direção nacional da legenda emitiu nota chamando o pré-candidato tucano, José Serra, de "hipócrita" e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), de "jagunço". Já o presidente Lula voltou a incorporar o discurso "paz e amor", e fez chegar à imprensa a informação de que pediu para que os ministros façam uma campanha pacífica e não entrem no "jogo sujo" da oposição.

A nota da direção nacional do PT foi assinada pelo presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), e pelo presidente eleito da legenda, José Eduardo Dutra.

O texto foi uma resposta à nota divulgada anteontem por Sérgio Guerra, que acusou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de "mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades". "Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas – a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC – 7.715 projetos – ainda não saíram do papel", afirmou o senador tucano na nota. No mesmo dia, o governador de São Paulo, José Serra, é que havia dito que não entraria no bate-boca eleitoral.

"O que mais salta aos olhos é a hipocrisia do candidato do PSDB, José Serra, que, ao mesmo tempo em que afirma estar ‘concentrado no trabalho’ e que ‘não vai entrar em nenhum bate-boca eleitoral de baixaria’, usa o presidente do seu partido como um verdadeiro ja­­gunço da política para divulgar uma nota daquele teor", diz a nota petista.

Berzoini e Dutra afirmam ainda que o presidente do PSDB está desequilibrado e fez críticas de forma "desqualificada, vil, caluniosa e grosseira para com a ministra Dilma Rousseff, o que merece repúdio de todos". "A nota (do PSDB) revela o desespero por que passa a oposição brasileira, incapaz de produzir um programa de governo que sensibilize os corações e as mentes dos brasileiros", afirma o texto. "O PT reafirma que pretende fazer um debate de propostas e projetos, em alto nível, que permita ao povo brasileiro escolher o caminho mais adequado ao nosso país." O bate-boca começou após Guerra ter afirmado, em entrevista à revista Veja, que o PSDB acabaria com o PAC.

Campanha de alto nível

Supostamente alheio ao tom pesado de seu próprio partido em relação ao PSDB, Lula fez chegar à imprensa a informação de que pediu moderação e uma campanha de alto nível. "O presidente fez orientação para que os ministros, que fiquem ou saiam, não entrem em qualquer jogo rasteiro durante a campanha. Temos que fazer campanha de alto nível", disse o ministro das Relações Institucio­nais, Alexandre Padilha, após a primeira reunião ministerial deste ano, em Brasília. "Nossa campanha não é de guerra, mas de forte defesa do governo, das ações do go­­verno. O nosso bloco é o bloco da paz. A Dilma é da paz, a guerra está lá no PSDB.’’

O ministro disse ainda que o jogo "rasteiro’’ faz parte das campanhas eleitorais, mas que o PT não irá entrar nessa. Segundo ele, o PT apenas vai pedir que os eleitores comparem o seu governo com o de seus antecessores – especialmente o do ex-presidente Fernan­do Henrique Cardoso (PSDB). "Ele (Lula) reforçou que acha que a campanha tem de ser plebiscitária: quem sou eu, quem és tu. Essa foi uma frase do presidente. Ele quer uma campanha que polarize os dois projetos’’, disse Padilha.

Lula ainda afirmou na reunião que decidiu lançar o PAC 2, nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento, para garantir recursos para que o seu sucessor mantenha o programa em andamento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]