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Clima tenso marcou a sessão desta quarta-feira (4) no Senado, quando foi escolhida a nova Mesa Diretora | Agência Senado
Clima tenso marcou a sessão desta quarta-feira (4) no Senado, quando foi escolhida a nova Mesa Diretora| Foto: Agência Senado

O novo comando do Senado

Presidência: Renan Calheiros (PMDB-AL)

Primeira Vice-Presidência: Jorge Viana (PT-AC)

Segunda Vice-Presidência: Romero Jucá (PMDB-RR)

Primeira-Secretaria: Vicentinho Alves (PR-TO)

Segunda-Secretaria: Zezé Perrella (PDT-MG)

Terceira-Secretaria: Gladson Cameli (PP-AC)

Quarta-Secretaria: Ângela Portela (PT-RR)

SuplênciasSérgio Petecão (PSD-AC)João Alberto (PMDB-MA)Douglas Cintra (PTB-PE)

Briga por cargos provoca racha entre tucanos

A briga por cargos na Mesa Diretora do Senado também provocou um racha dentro do PSDB, que indicou o senador Paulo Bauer (SC) para a primeira-secretaria.

O presidente Renan Calheiros defendia o nome de Lúcia Vânia (PSDB-GO), mas o partido não bancou o nome da senadora e forçou a sua saída da disputa - em um enfrentamento público ao presidente do Senado.

Nos bastidores, tucanos acusaram a congressista de estar recebendo o cargo em troca de ter apoiado Renan, apesar de o PSDB ter aderido à candidatura de seu adversário, Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).

Irritada com a postura do comando do PSDB, Lúcia Vânia anunciou que vai deixar o partido. Há 20 anos na sigla, a senadora disse que cansou de enfrentar sucessivas dificuldades dentro do PSDB.

Sem citar o presidente da sigla, senador Aécio Neves, mas dirigindo as críticas ao presidente do partido, disse que a cúpula tucana agiu com "frouxidão".

"A mágoa é em relação a esse processo. A disputa é normal para quem é político. O que não é normal é deixar um companheiro ser massacrado. Pelo menos, o partido vai aprender que tem que ter mais delicadeza ao lidar com questões complexas", afirmou a tucana.

Aécio negou que o PSDB tenha exposto a senadora e disse esperar que ela de cabeça fria reveja sua posição e não deixe o partido.

Em sessão tensa na noite desta quarta-feira (4), com direito a bate-boca e dedo em riste, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conseguiu aprovar manobra que garantiu a seus aliados os cargos de comando da Casa.

Com ajuda do PT, Renan colocou em prática uma operação costurada para deixar de fora dos postos PSDB e PSB, que fizeram oposição a sua reeleição.

Aliados do peemedebista reconhecem, nos bastidores, que o presidente da Casa quis medir forças com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que luta para se consolidar como líder da oposição na Casa.

Apesar de ser tradição do Senado a divisão das vagas na Mesa Diretora de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos, o grupo de Renan conseguiu aprovar indicações de partidos que apoiaram sua recondução do presidente do Senado.

Sob fortes protestos da oposição, que acusou Renan de "tratorar" a escolha em favor de seus aliados e apequenar o Senado, as duas vice-presidências, quatro secretarias da Mesa Diretora e suas respectivas suplências serão ocupados pelo PT, PMDB, PP, PDT e PR. Com exceção do PDT, todas as siglas apoiaram a candidatura de Renan para presidir o Senado.

Com a manobra, o PSDB e o PSB, que teriam direito a dois cargos, foram excluídos da Mesa Diretora. O PDT conquistou a vaga porque indicou o senador Zezé Perrella (MG) para a terceira secretaria, que é aliado de Renan - nenhum outro pedetista foi aceito pelo grupo do presidente do Senado.

Por ser a terceira maior bancada, o PSDB teria direito a indicar o primeiro-secretário, que comanda a espécie de "prefeitura" do Senado, mas abriu mão de entrar na disputa depois que os aliados de Renan indicaram o senador Vicentinho Alves (PR-TO) para o cargo.

A articulação do peemedebista provocou um forte bate-boca com Aécio. Após as negativas de Renan aos apelos dos oposicionistas para reavaliar a situação, no microfone, Aécio cobrou o peemedebista."Vossa excelência será o presidente dos ilustres senadores que o apoiaram, mas Vossa Excelência perde a legitimidade de ser presidente da oposição. Vossa Excelência apequena essa Presidência", disparou o tucano.

Renan respondeu lembrando que Aécio foi derrotado na disputa pela presidência em 2014 e o acusou de ser estrela. "É bom que Vossa Excelência esteja dizendo disso! Foi candidato à Presidência! Por isso deu no que deu", provocou o peemedebista.

O tucano retrucou e indiretamente lembrou que o colega foi alvo das manifestações de rua de junho de 2013. "Perdi de cabeça erguida. Olho nos olhos do cidadão, eu falo com a população brasileira. Vossa excelência perdeu a dignidade desse cargo", soltou.

O embate foi encerrado com Renan cobrando respeito. "Tenha dimensão da democracia". Na sessão, Aécio teve o apoio dos líderes da oposição e do PSB, que fizeram acusações a Renan. "Isso é cretinismo parlamentar. O PSB foi o partido que ousou apresentar o nome daquele que concorreria com o senador Renan", atacou Lídice da Mata (PSB-BA).

A escolha dos membros da Mesa ocorreu em reunião realizada na casa de Renan. Além do presidente do Senado, participaram da articulação os senadores Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), Eunício Oliveira (PMDB-CE), José Pimentel (PT-CE), Romero Jucá (PMDB-RR) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

A chapa escolhida pelo grupo pró-Renan foi aprovada pela maioria do plenário do Senado. Sem reagir aos ataques, o peemedebista negou que tenha articulado a indicação de seus aliados para a Mesa Diretora. "Quem escreve a chapa não é o presidente, são os líderes", justificou.

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