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Berzoini: panos quentes para evitar que a base de Lula se desfaça | Janine Moraes/ABr
Berzoini: panos quentes para evitar que a base de Lula se desfaça| Foto: Janine Moraes/ABr

Álvaro mostra voto para comprovar fidelidade

Antes de depositar na urna o voto para Tião Viana (PT-AC), o senador Alvaro Dias (PSDB) mostrou a cédula para os colegas Aloízio Mercadante (PT-SP) e Arthur Virgilio (PSDB-AM). Segundo ele, essa foi a maneira de comprovar a fidelidade ao partido, que fez uma polêmica aliança com os petistas na semana passada. O paranaense foi contra o acordo e era apontado como um dos tucanos que iria "trair" Viana.

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Mal terminaram as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado e o PT já começou a trabalhar para reduzir possíveis danos à base de apoio do presidente Lula no Congresso Nacional provocados pela disputa, sobretudo com a vitória do senador peemedebista José Sarney. O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), disse que a relação entre o partido e o PMDB se manterá inabalável, mesmo com a derrota do petista Tião Viana (AC) na disputa pela presidência do Senado. O PMDB é o principal partido de sustentação do governo Lula no parlamento.

A pressão do PMDB para garantir as vitórias de Sarney, no Senado, e Temer, na Câmara, rachou vários partidos da base aliada do governo.

Segundo Berzoini, o esforço será para buscar o diálogo e a tranquilidade. "O importante é manter o diálogo tranquilo. Vamos levar com calma e reconhecer que houve uma disputa’’, disse o presidente do PT. "(Vamos trabalhar para) restabelecer o quadro do diálogo.’’

Dois ministros de Lula – Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Múcio (Relações Institucionais) – ontem minimizaram a conquista das pre-sidências da Câmara e do Senado pelo PMDB. Dilma disse que não foi só o PMDB que saiu vitorioso, mas toda a base de Lula, pois os peemedebistas estão no governo. Ela ainda desvinculou os resultados de ontem a uma possível negociação do PT com o PMDB para as eleições presidenciais de 2010. Já Múcio afirmou que a relação do governo com o Congresso não será alterada pela dupla vitória do PMDB. Ele negou ainda que o Planalto pense em mudar ministros para reacomodar as correntes políticas diante do novo cenário de poder no Congresso.

Traição

Uma das feridas que terá de ser curada pelo governo Lula para garantir a manutenção da governabilidade são as traições. Apoiado por 14 partidos, que somavam 423 deputados, Michel Temer recebeu menos votos do que seus aliados esperavam. "Realmente houve uma defecção 10% maior do que esperávamos", admitiu o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), um dos coordenadores da campanha do peemedebista. A equipe de Temer estava certa de que o candidato teria 340 votos. O peemedebista, porém, recebeu 304 votos. Padilha descartou punição para os dissidentes – até mesmo porque, como o voto foi secreto, seria difícil identificar os "traidores".

O senador petista Tião Viana também acabou sendo traído. Apesar de apoiarem publicamente a candidatura de Tião à presidência do Senado, saíram do PT, PR, PSB, PCdoB e PRB parte dos votos que ajudaram a eleger o senador José Sarney. Pela contagem dos aliados de Viana, a "traição" teria sido cometida por pelo menos 9 dos 21 votos de senadores pretensamente aliados. Tião recebeu 32 votos contra 49 de Sarney.

Tião ficou igualmente sem o apoio que esperava de dois senadores do PTB, de dois DEM e de quatro senadores do PMDB. Do PSDB, a avaliação é que apenas o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) votou em Sarney, como havia anunciado anteriormente.

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