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O PT divulgou nesta quarta-feira uma nota em que pede desculpas à nação e na qual afirma que vai defender o mandado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nota foi aprovada na véspera na reunião da executiva nacional do partido, em Brasília. O texto diz que "os atos que nos comprometem, moral e politicamente perante os brasileiros, foram cometidos por dirigentes do PT, sem o conhecimento de suas instâncias". Diz ainda que, quando o partido tiver um quadro completo das responsabilidades, como as já assumidas pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares, elas serão amplamente divulgadas à sociedade brasileira.

"Estamos recompondo nossa vida interna, reorganizando as nossas estruturas administrativas e procurando responder à crise política para defender a continuidade com normalidade do governo Lula. Ao presidente, o PT manifesta a sua confiança e a disposição de defender o seu mandato, que já consolidou importantes conquistas para o povo brasileiro, recuperando a economia e a geração de empregos num país que estava à beira do desastre", diz a nota.

Na nota, o PT defende uma ampla reforma política, com fidelidade partidária rigorosa e financiamento público e redução dos custos de campanhas, com vigência ainda para as eleições de 2006. Por isso, apóia emenda constitucional que amplie, até o fim deste ano, o prazo para votação de mudanças na lei eleitoral, para aplicação nas eleições de 2006.

A direção do PT orienta ainda todos os diretórios municipais a promoverem debates e manifestações em defesa do partido, contra a corrupção e a impunidade e em defesa do governo Lula no dia 27 de agosto.

A executiva do PT decidiu também não punir os sete deputados acusados de envolvimento com o suposto mensalão: José Dirceu (SP), João Paulo Cunha (SP), Paulo Rocha (PA), Professor Luizinho (SP), João Magno (MG), José Mentor (SP) e Josias Gomes (BA). Foi derrotada a proposta da ala esquerda que pedia abertura de processo disciplinar na comissão de ética do partido, além de suspensão dos parlamentares por 60 dias.

- É uma estratégia fantástica para enfrentar um incêndio a conta-gotas. Isso nos causa frustração. É uma decisão protelatória - disse o deputado Chico Alencar (RJ), autor da proposta de abertura imediata dos processos no conselho de ética.

Um dos que foram contra a medida foi o secretário-geral, Ricardo Berzoini. Ele afirmou na reunião que considerava absurdo punir um companheiro por causa de denúncias de caixa 2, porque isso não era razão suficiente.

Um dos citados, o deputado Paulo Rocha deu explicações preliminares à executiva sobre o dinheiro que recebeu por meio de saque nas contas do publicitário Marcos Valério.

- Somos contra essa punição porque não cometemos nenhum crime.

Outro nome da lista do PT, o deputado José Mentor, também ligado a José Dirceu, esteve na reunião e contestou a proposta de punição:

- O PT tem tradição de garantir a defesa política e pessoal de seus integrantes. Qualquer sugestão a priori condenatória deve ser rejeitada. Os deputados que assinam esse pedido reiteradas vezes contrariaram decisões da bancada. E nenhum de nós pediu qualquer condenação prévia - afirmou Mentor.

Leia a íntegra da nota em que o PT pede desculpas à nação

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