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O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores de Londrina apresentou ontem na Justiça Eleitoral nova denúncia contra o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB). Dessa vez, o PT acusa Hauly de irregularidades na prestação de contas da campanha municipal para a prefeitura de Londrina no ano passado.

O advogado do PT, João dos Santos Gomes Filho, quer que a Justiça Eleitoral autorize a abertura de inquérito na Polícia Federal para que as contas do candidato tucano sejam investigadas. O pedido será anexado a uma outra denúncia feita há um mês envolvendo PV, PSDB e PRTB.

O PT apresentou na Justiça uma fita com entrevista concedida por Hauly à rádio Paiquerê AM. Na entrevista, a que o advogado do PT chama de "prova material de crime eleitoral", o deputado admite ter dívidas de campanha, embora a prestação de contas do tucano ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponte gastos equivalentes à receita. Ao TSE, o deputado declarou ter arrecadado R$ 536.428,35 em doações – e os gastos foram exatamente iguais. "Como se pode notar, incrivelmente a contabilidade do candidato Hauly foi exata até no número de centavos tanto em receitas como de despesas", diz trecho do pedido de investigação à Justiça. "Para bom entendedor, meia palavra basta."

O advogado acrescentou que "a prestação de contas à Justiça Eleitoral não expressa a real movimentação financeira do candidato, evidenciando a existência de caixa 2". Para o PT, "há discrepância entre o que o candidato diz e o que consta na prestação de contas".

O advogado também anexou ao pedido de investigação declarações do prefeito Nedson Micheleti; do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, do deputado estadual André Vargas, todos do PT, que acusaram o deputado tucano publicamente na imprensa local, no fim de setembro, de propor trocar o apoio político no segundo turno por R$ 500 mil que seriam usados no pagamento das dívidas. O mesmo pedido também foi confirmado pelo deputado federal José Janene (PP), coordenador da campanha municipal do ex-prefeito Antônio Belinati (PP). "Por que será que o candidato tucano não apoiou nenhum dos dois lados?", questionou o advogado.

O defensor do PT afirma que com a nova denúncia espera obter "tratamento isonômico" das autoridades eleitorais, referindo-se à investigação, que está paralisada, do suposto caixa 2 do partido frente às denúncias feitas por Soraya Garcia, ex-assessoria financeira da campanha de Nedson. "Queremos o mesmo rigor com o qual o PT é tratado para o PSDB. Caso contrário, voltarei na minha tese inicial de que a investigação contra o PT é política", especulou Gomes.

Para o advogado, as declarações de um ministro, dois deputados e do prefeito de Londrina, que afirmam terem discutido o "apoio" com o tucano, "têm mais peso do que as acusações feitas por essa menina que caiu de pára-quedas na cidade". Defesa

Ontem, a reportagem não conseguiu falar com o deputado Hauly – o celular dele estava desligado. Mas a comissão executiva municipal do PSDB de Londrina emitiu nota oficial em que diz que "mais uma vez" o advogado do PT "teatraliza o processo de investigação do crime efetivado pelo seus clientes perante a Justiça e o povo de Londrina".

A nota diz ainda que o advogado "lança mão de um expediente por demais conhecido: imputar a outros o crime de seus clientes". A comissão classifica de "velhas notícias plantadas pelos mesmos personagens dos escândalos do caixa 2 do PT e de Antônio Belinati: Paulo Bernardo, André Vargas, Nedson Micheletti e José Janene" para atingir o PSDB. "Os desesperados e aliados de sempre, PT, Janene e Belinati, querem enlamear a todos os partidos políticos", segue o texto, "tentando com isso um salvo conduto para suas práticas reprováveis".

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