• Carregando...
Cadeira do presidente da Câmara, assento cobiçado pelo PV de Roberto Aciolli | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Cadeira do presidente da Câmara, assento cobiçado pelo PV de Roberto Aciolli| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Segmentos do Partido Verde (PV) estão encabeçando um movimento para que o vereador mais votado nas urnas seja eleito automaticamente presidente da Câmara Municipal de Curitiba, que hoje é escolhido por votação dos vereadores. Se a movimentação surtir efeito, Roberto Aciolli, que é do PV, assumiria o cargo, por ter recebido mais votos que todos os outros vereadores eleitos no domingo (17.377 votos). A eleição do novo presidente da Câmara, com dois anos de mandato, vai ocorrer no início do ano que vem, logo após a posse dos eleitos.

A articulação ocorre num momento em que boa parte dos vereadores de Curitiba considera que a denúncia por assassinato feita contra Aciolli, pelo Ministério Público Estadual (MP), é muito prejudicial à Câmara, conforme matéria publicada ontem na Gazeta do Povo. Aciolli foi denunciado por homicídio qualificado, praticado por motivo torpe (banal). Ele confessou ter matado o engraxate Paulo César Heider com um tiro na cabeça. O crime aconteceu em 1999 no Centro de Curitiba. Aciolli alega que agiu em legítima defesa e que o disparo foi acidental.

O dirigente do Partido Verde de Curitiba e presidente da juventude do PV no Paraná, Raphael Rolim de Moura, diz estranhar que a denúncia do MP contra Aciolli tenha sido divulga exatamente no momento em que começava a ser articulado o movimento para que o mais votado fosse eleito presidente da Casa.

A denúncia, segundo Moura, não atrapalha os planos do partido. "Se o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) aceitou a documentação e concordou com o processo (de candidatura), imagino que a vontade do TRE tem que ser respeitada", afirma. "Se houver possível condenação, aí o partido se reúne para tomar uma decisão."

O movimento para lançar Aciolli à presidência da Câmara logo após que o PV soube que seu candidato tinha sido o mais votado. De acordo com Moura, a eleição hoje da Câmara "acaba sendo uma confirmação da vontade do grupo dominante". Ele diz que antes havia tradição de que o mais votado presidisse a Casa.

Independemente do efeito da denúncia, o partido pretende conquistar a presidência, diz. Para ele, a presidência seria conseqüência da força que o partido adquiriu na eleição. O partido elegeu três vereadores, dos quais dois ficaram entre os seis mais votados. Segundo ele, o nome mais natural seria o de Aciolli, pela quantidade de votos. A Executiva, no entanto, não tem posicionamento sobre o assunto.

O atual presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), nega que antigamente o mais votado era eleito presidente e diz que sempre houve votação. Segundo ele, no dia da posse, 1.° de janeiro, o mais votado preside a sessão. Mas, no dia seguinte, o presidente da Casa e os membros da Mesa Executiva são eleitos e assumem imediatamente. "De 1963 para cá, sempre houve eleição da Mesa", diz Derosso.

Derosso diz que, antes disso era o mais idoso que presidia o primeiro dia, mas a regra foi mudada para o mais votado. Ele explica ainda que, para 2009, não é mais possível alterar as regras, que têm de ser mexidas pelo menos um ano antes da eleição. Ele ainda diz ser contra que um vereador de primeiro mandato seja eleito presidente "Ele não sabe como administrar a Casa."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]