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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira 30 empresários, servidores públicos e militares acusados de envolvimento num esquema de fraudes em licitações para fornecimento de merenda escolar e alimentação para o Exército e outros órgãos públicos. Entre os presos estão 11 militares, dez da ativa e um da reserva.

De acordo com as investigações da PF e da Receita Federal, as 30 empresas envolvidas no esquema movimentaram R$ 354 milhões nos últimos seis anos. Foram declarados ao Fisco receitas de apenas R$ 27,7 milhões para o mesmo período. Em 2005, os 32 fraudadores, entre eles servidores civis e militares, foram beneficiados com R$ 53 milhões.

Segundo a polícia, o chefe da quadrilha é Cristiano da Silva Cordeiro, dono da Big Norte, uma distribuidora de alimentos. Também foi preso o secretário executivo de Fazenda do Amazonas, Afonso Lobo, suspeito de facilitar os pagamentos e liberar a participação de empresas em dívida com o estado nas concorrências.

Roberto Carbonaro, marido da secretária de Ação Social do Amazonas, foi detido suspeito de passar informações privilegiadas à quadrilha. Militares do batalhão de suprimentos de Manaus também foram presos.

No Rio Grande do Norte, foi preso um coronel reformado do Exército, suspeito de fraudar licitações de compra de alimentos quando ainda estava na ativa. No Rio de Janeiro foi detido um capitão do Exército.

Culpados serão punidos

Em nota, o Exército informou que acompanhou as investigações e que se forem comprovadas as denúncias os culpados serão punidos.

A operação Saúva é realizada em seis estados - Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Rondônia, Rio Grande do Norte - e no Distrito Federal. A PF do Amazonas cumpre 32 mandados de prisão e 64 de busca e apreensão. A PF já apreendeu documentos que indicam a prática de crimes contra a ordem tributária, como sonegação fiscal, falsidade ideológica, contra o sistema financeiro, contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

- Toda quadrilha desarticulada é um benefício público muito significativo. Tanto mais que no procedimento dessa quadrilha havia risco para saúde pública. O crime organizado não tem escrúpulo, põe em risco a coletividade para auferir lucros - disse o diretor-executivo Zulmar Pimentel, que supervisiona a operação.

Grupos empresariais

Segundo a Receita Federal, a ação envolvia quatro grandes grupos empresariais que eram os responsavéis por oferecer os produtos nas licitações aos servidores de órgãos públicos nas esferas federal, estadual e municipal. Os envolvidos criavam empresas em nome de laranjas para participar de licitações públicas ou para compor o processo licitatório na formação de número de concorrentes.

Os presos serão indiciados pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistema de informações, peculato, corrupção passiva, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e crimes contra relações de consumo e improbidade administrativa.

Desde o início das investigações, em março de 2005, a Justiça Federal do Amazonas e o Ministério Público Federal acompanham as diligências da Polícia Federal.

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