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Prefeito critica Alvaro Dias

O prefeito Beto Richa disse ontem que não cobra um posicionamento de seus colegas de partido a respeito dos ataques feitos pelo governador Roberto Requião contra ele. Mas disse que vai defender na reunião do PSDB, na segunda-feira, que o partido se declare como oposição ao governo.

Richa considerou estranha a declaração do senador Alvaro Dias (PSDB) defendendo que o partido não tome nenhuma posição agora a respeito do governo Requião. "Ele tem uma opinião e eu tenho outra. É evidente que é de se estranhar que alguém que sempre criticou as ações do governo Requião agora defenda que o partido possa estar integrando este governo, que ele próprio critica tanto", disse Beto Richa.

O prefeito disse que não entende como sendo uma traição, até o momento, o posicionamento a favor do governador. "A posição do partido ainda não foi tomada. Evidente que se for decidido que o PSDB é oposição ao governo, nenhum membro do partido poderá fazer parte do governo. Deve se afastar, desligar-se do partido", disse o prefeito.

Daniela Neves

A crise política entre o prefeito Beto Richa (PSDB) e o governador Roberto Requião (PMDB) fez o único representante tucano no Executivo repensar sua situação. O Secretário Estadual do Trabalho, Nelson Garcia, entregou ontem uma carta de desfiliação ao PSDB para não criar nenhum tipo de constrangimento ao partido. Durante reunião da Executiva Estadual, na segunda-feira, será discutido se o partido faz oposição ao governo ou deixa os tucanos livres para continuarem apoiando o governador.

Amigo pessoal do governador, Nelson Garcia foi um dos sete deputados estaduais do PSDB que trabalharam na campanha de reeleição. Para retribuir o empenho da bancada de "bico vermelho", como o governador chama seus aliados no partido, Requião convidou o aliado para participar do secretariado.

Apesar da decisão de deixar o partido, Nelson Garcia pretende esperar a reunião da Executiva. "Entreguei a carta, mas os companheiros não me deixaram sair nem renunciar ao cargo", disse. O deputado lembra que não pediu para ser secretário nem o PSDB exigiu participação no governo. "Assumi para fazer uma composição, mas agora a situação está complicada. Sou amigo do Beto e do Requião e não gostaria de interferir nessa discussão entre os dois", afirmou.

A bancada do PSDB na Câmara Federal, formada por Gustavo Fruet, Affonso Camargo, Luiz Carlos Hauly e Alfredo Kaefer – reafirmou ontem sua posição contra o governo. Affonso Camargo defende que os deputados estaduais "de bico vermelho" têm que tomar uma decisão. "Um deputado estadual que faz parte da base do governo Requião, por questão de nitidez, deve sair do PSDB e ir para o PMDB. Respeitamos isso porque é uma opção política", disse.

O presidente do PSDB do Paraná, deputado Valdir Rossoni, disse ter ficado perplexo com as declarações do senador Alvaro Dias sobre o relacionamento do PSDB com o PMDB no Paraná.

Rossoni disse que não consegue entender a afirmação do senador de que "a briga entre o prefeito Beto Richa e o governador Requião, assim como o apoio ou não ao governo estadual, não deve ser debatida agora".

O governador, segundo Rossoni, está prejudicando Curitiba ao suspender o repasse de recursos para a capital. "Como uma questão dessa gravidade não vai ser discutida agora pelo partido?", questiona.

O presidente do PSDB disse ainda que no ano passado o senador cobrou várias vezes um posicionamento mais firme da bancada tucana que votava com o governo. "O que mudou de lá para cá, se o governo é o mesmo? Só posso concluir que Alvaro Dias é que mudou de lado", provocou Rossoni.

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