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"Em nome da população de Londrina, viemos agradecer pelos investimentos que estão sendo realizados na cidade."

Do prefeito de Londrina, Nedson Micheletti (PT), em visita a Requião na sexta-feira, desculpando-se pelos anoréxicos 28% dos votos que a cidade lhe deu no segundo turno.

Rachaduras no histórico edifício-sede da Câmara Municipal de Curitiba ameaçam a normalidade dos trabalhos da Casa e aceleram a idéia de construir um novo plenário em terreno contíguo.

As rachaduras em paredes internas e nos vértices da estrutura são antigas, mas teriam começado a se agravar após a proibição do estacionamento de carros ao longo da Avenida Visconde de Guarapuava. O tráfego na via aumentou e os congestionamentos desapareceram, porém a maior intensidade do trânsito e da velocidade dos veículos fizeram aumentar a vibração do solo – causa apontada por especialistas para explicar o perigoso agravamento das rachaduras.

Quem mais vem mostrando preocupação com o problema de segurança no trabalho são os funcionários. Tão logo foi eleita a mesa executiva, um grupo deles procurou o novo secretário, vereador Celso Torquato, para pedir providências.

Antes disso, porém, a direção da Câmara já havia apelado para engenheiros e arquitos, que teriam recomendado "amarras" emergenciais das paredes e, como solução definitiva, a restauração de todo o prédio.

Construído no início do século passado e tombado pelo patrimônio histórico, o edifício abrigou a Assembléia Legislativa até a década de 50. Hoje, já não comporta as atividades da Câmara de Vereadores. A idéia é destiná-lo para um futuro museu do município.

Não há previsão orçamentária para a restauração, mas mesmo que se decida fazê-la, surge outro dilema: onde instalar o plenário enquanto se realizam as obras? Também não há verba prevista para a construção do novo.

Problemas insolúveis

Numa recente conversa com amigos, na Granja Cangüiri, o governador Roberto Requião teria alinhado quatro motivos que, na sua visão, quase o fizeram perder a reeleição: 1) problemas na área de segurança pública; 2) a repercussão das questões administrativas que envolvem o Porto de Paranaguá; 3) "minha boca"; e 4) o natural desgaste político decorrente do longo tempo de exposição diante do julgamento popular.

Presente nessa roda de conversa informal, um dos amigos de Requião fez, dias depois, em outra roda, um comentário no mínimo mordaz:

Para os dois primeiros problemas a solução é bem fácil! Já para os outros...

Olho vivo

Pelos pobres 1 – A Secretaria Estadual da Agricultura confirma que, com o término do Programa 12 Meses, o Paraná já não dispõe de nenhum outro projeto especial voltado para micro e pequenos produtores rurais. A revelação foi feita por esta coluna no último dia 23, lembrando que a ausência de um programa do gênero ocorre pela primeira vez nas últimas três décadas – muito embora o governo atual insista em proclamar sua preferência pelos mais pobres.

Pelos pobres 2 – A secretaria, no entanto, informa que isto só aconteceu em razão do suposto esgotamento da capacidade de endividamento do estado, decorrente dos compromissos acumulados no governo anterior – dentre os quais os referentes ao saneamento do Banestado. Por causa disso, diz a nota, o atual governo não pôde contratar novo empréstimo junto ao Banco Mundial para lançar um outro programa para suceder o 12 Meses.

Pelos pobres 3 – Segundo carta da Secretaria da Agricultura havia a intenção de lançar o Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Rural Sustentado. Chegou a ser aprovados pelo Banco Mundial, mas acabou sendo barrado em outras esferas. Era um programa bem modesto: tinha o valor de US$ 50 milhões, dos quais apenas US$ 30 milhões seriam financiados.

Pelos pobres 4 – Tem mais uma curiosidade nessa questão, não revelada na carta da Secretaria da Agricultura, que contraria a suposta opção preferencial pelos (agricultores) pobres: boa parte dos recursos que estavam destinados a projetos específicos do Programa 12 Meses foi usada pelo DER para recuperar rodovias. Pelo menos US$ 45 milhões foram transformados em asfalto. Esse desvio de finalidade – embora até possa ser justificado do ponto de vista legal – foi quase tão grande quanto o novo programa que não saiu do papel.

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