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Ratinho vai para o PSD e dá trabalho a Richa para contornar reflexos entre aliados

Ratinho (ao microfone) anuncia mudança de partido com o objetivo de fortalecer nome para o governo do estado. | Assessoria Ratinho Jr.
Ratinho (ao microfone) anuncia mudança de partido com o objetivo de fortalecer nome para o governo do estado. (Foto: Assessoria Ratinho Jr.)

Como vinha sendo especulado há algumas semanas, o deputado estadual licenciado e secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr., oficializou a saída do PSC e filiação ao PSD. O anúncio escancarou a intenção dele de disputar o Palácio Iguaçu em 2018 e, de antemão, provocou a primeira fissura no grupo político do governador Beto Richa (PSDB) em virtude da eleição que escolherá o sucessor para o cargo. De quebra, ainda abriu caminho para a saída de Eduardo Sciarra, presidente estadual do PSD, da Casa Civil. O substituto mais provável, o deputado federal tucano Valdir Rossoni, conta com a inimizade de boa parte do Centro Cívico.

Deputado estadual mais votado da atual legislatura, com 300 mil votos, Ratinho busca no PSD tempo de TV na propaganda eleitoral e proximidade com o presidente nacional do partido e ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para turbinar a entrada de recursos federais nos municípios do Paraná e se cacifar cada vez mais para 2018. “É tudo muito cedo, mas não posso esconder a vontade e o desafio [de ser governador]”, afirmou.

Em entrevista à imprensa, Ratinho procurou ressaltar que a troca foi comunicada previamente a Richa e não altera em nada a participação dele e do novo grupo político PSD-PSC no governo do tucano. Nos bastidores, porém, a mudança está longe de ter sido bem recebida. De cara, o próprio Richa seria um dos contrariados por ver uma nova força surgindo na antessala do seu gabinete.

Também ficou insatisfeita a ala comandada pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), que pretende lançar a vice-governadora Cida Borghetti (PP) ao Palácio Iguaçu em 2018, amparada nos nove meses de mandato que ela deve exercer quando Richa renunciar ao cargo para disputar o Senado. “A Cida tem o total direito de se candidatar, até por ser a vice. Quanto mais opções o Paraná tiver, melhor”, contemporizou Ratinho.

Mais tensão

Aos jornalistas, Sciarra revelou que a vinda de Ratinho para o PSD vinha sendo tratada há mais de um ano e pôde se concretizar agora, com a “janela da infidelidade” até o próximo dia 18. Apesar de afirmar que todo o grupo político que gravita em torno de Richa seguirá caminhando junto, ele deixou claro que deve deixar a Casa Civil. “Eu e o governador tínhamos um acordo de que, quando entendêssemos que cumpri minha missão, sairia normalmente. Num curto espaço de tempo, vou me dedicar inteiramente ao partido”, declarou. “[Essas mudanças de partido são] apenas um ajuste interno, em função da janela. Não há racha nem desentendimento, seguimos todos no mesmo grupo.”

As consequências dessas trocas, porém, são imprevisíveis. A provável vinda de Rossoni para o lugar de Sciarra tem tirado o sono de Richa, segundo um deputado governista. Parlamentares da base aliada não tem um bom relacionamento com Rossoni em virtude de desentendimentos criados quando ele presidiu a Assembleia, de 2011 a 2014. Ainda que por bravata, há inclusive quem ameace deixar a bancada de apoio a Richa, que terá de suar para contornar o problema em que se meteu.

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