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“Se a iniciativa privada tem de pagar mais aos seus empregados, por que o governo não pode melhorar os salários dos próprios servidores?”Ademar Traiano, líder do PSDB na Assembleia | Valterci Santos/Gazeta do Povo
“Se a iniciativa privada tem de pagar mais aos seus empregados, por que o governo não pode melhorar os salários dos próprios servidores?”Ademar Traiano, líder do PSDB na Assembleia| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Servidores fazem hoje manifestação

Euclides Lucas Garcia

O Fórum das Entidades Sindicais do Paraná faz hoje uma mobilização em frente do Palácio Iguaçu, em Curitiba, na tentativa de pressionar o governo do estado a atender o pedido de 15% de reajuste salarial ao funcionalismo. Apesar de considerar a oferta do governo (de 6%) um avanço nas negociações iniciadas em fevereiro, os 14 sindicatos que compõem o fórum alegam que há dinheiro em caixa para se chegar aos 15% – índice semelhante ao rejuste deste ano do salário mínimo regional.

"A arrecadação do governo continua crescendo neste ano, apesar da crise", afirma Elaine Rodella, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná. Além dos 15%, os servidores também reivindicam o reajuste das gratificações, o pagamento das promoções atrasadas e o aumento do vale-transporte e do auxílio-alimentação.

O reajuste salarial de 6% aos servidores públicos estaduais deve ser votado hoje pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná. O projeto foi entregue ontem pelo vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) ao presidente da Casa, Nelson Justus (DEM). O governo quer aprovar a mensagem sem nenhuma alteração, mas para isso terá que derrubar emendas dos deputados que defendem um reajuste de 15% ao funcionalismo.

O valor definido pelo governo praticamente corresponde à inflação dos últimos 12 meses, que teve acúmulo de 5,2%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "É um aumento para todos os servidores públicos do governo do Paraná, superior ao IPCA e condizente com as possibilidades financeiras, orçamentária e legal do estado", disse Pessuti.

Mesmo sabendo da resistência do governo em melhorar a proposta de aumento para o funcionalismo, a oposição pretende apresentar uma emenda ampliando o reajuste de 6% para 15%, mesmo porcentual proposta por projeto do governo ao salário mínimo regional, pago pela iniciativa privada, já aprovado pelos deputados.

"Se a iniciativa privada tem de pagar mais aos seus empregados, porque o governo não pode melhorar os salários dos próprios servidores?", questiona o líder do PSDB, Ademar Traiano.

O deputado Mauro Moraes, que é filiado ao governista PMDB, também vai tentar aumentar o reajuste. Além dos 6% que o governo pretende conceder, ele defende mais 20% para os policiais civis e militares. "A segurança pública está um caos e os policiais no limite do que podem suportar ganhando R$ 1,5 mil em início de carreira", disse. Um guarda municipal, comparou ele, ganha R$ 2,2 mil por mês.

O líder do governo na Assembleia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), disse que os deputados estão apresentando emendas para "fazer demagogia e para jogar para a plateia". Ele ainda criticou a postura de Mauro Moraes, afirmando que mais complicado do que ter a oposição forçando mudanças no projeto é ter um deputado do mesmo partido criticando o valor do aumento proposto pelo governo.

Para Romanelli, o partido deveria adotar medidas rigorosas contra a posição de Moraes, para evitar que a bancada do PMDB fique exposta a um deputado que trabalha contra o governo. "Os servidores públicos deveriam vaiar um deputado como esse", sugeriu.

Na defensiva, Mauro Moraes argumenta que o PMDB não fechou questão para votar a favor do projeto, sem modificações, e que está defendendo o interesse da população.

O reajuste de 6% proposto pelo governo vai aumentar em R$ 35,7 milhões as despesas da folha de pagamento mensal do estado, que atualmente está em R$ 596 milhões. O reajuste vai atingir 249,7 mil servidores ativos, inativos e pensionistas.

Depois da votação na CCJ, o projeto vai ser apreciado no plenário, o que deve ocorrer só na próxima semana. Apesar disso, a intenção do governo é anunciar o reajuste no feriado de 1º de maio. A Assembleia tem até o dia 15 de maio, quando fecha a folha de pagamento, para aprovar o aumento a tempo de vigorar no próximo mês.

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